quinta-feira, 7 de março de 2013


Conselho de Segurança da ONU aplica mais sanções à Coreia do Norte


 Ban Ki-moon


Em resposta ao terceiro teste nuclear da Coreia do Norte, o Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta quinta-feira reforçar as restrições financeiras contra Pyongyang e reprimir suas tentativas de enviar e receber cargas proibidas que violam as sanções da organização. A resolução esboçada pelos Estados Unidos e aprovada de forma unânime pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), formado por 15 países, foi resultado de três semanas de negociações entre os Estados Unidos e a China, depois do teste de 12 de fevereiro realizado pela Coreia do Norte. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, um ex-ministro sul-coreano das Relações Exteriores, disse que a resolução "enviava uma mensagem inequívoca (à Coreia do Norte) de que a comunidade internacional não irá tolerar sua busca por armas nucleares". A resolução especifica alguns itens luxuosos que a elite norte-coreana não poderá importar, como iates, carros de corrida, veículos de luxo e certos tipos de joias. Isso para fechar uma brecha que anteriormente permitia que países decidissem por si o que constituía bens de luxo. A exportação de bens de luxo e de itens relacionados ao programa nuclear e de míssil de Pyongyang à Coreia do Norte está proibida desde 2006, embora diplomatas e analistas digam que a aplicação das sanções da ONU vem sendo irregular. "A força, extensão e severidade dessas sanções irão aumentar o custo para a Coreia do Norte de seu programa nuclear ilícito e limitar ainda mais sua capacidade de financiar e garantir materiais e tecnologia para seus mísseis balísticos e seu programa de armas nucleares e convencionais", disse a embaixadora norte-americana na ONU, Susan Rice. "Quando a Coreia do Norte tentar mover dinheiro para pagar por seus programas de mísseis balísticos e nuclear, os países devem agora bloquear essas transferências, mesmo se o dinheiro estiver sendo transportado em malas cheias de dinheiro vivo", ela disse. O embaixador chinês, Li Baodong, reiterou os pedidos de Pequim para que sejam retomadas as conversas paralisadas envolvendo as duas Coreias, os Estados Unidos, a China, a Rússia e o Japão. "Queremos ver a implementação total da resolução", disse Baodong a repórteres. "A principal prioridade agora é neutralizar a tensão, diminuir o calor, focar no caminho diplomático". Rice também reagiu à mais recente retórica belicosa da Coreia do Norte, em que o país ameaçou os Estados Unidos com um ataque nuclear preventivo. "A Coreia do Norte não vai conseguir nada com ameaças e provocações contínuas. Isso só vai isolar ainda mais o país e seu povo e mina os esforços internacionais para promover a paz e a estabilidade no nordeste da Ásia", disse Rice. O embaixador russo, Vitaly Churkin, pediu moderação e um fim às ameaças. "Vamos manter nossas mentes frescas e manter o foco sobre o único curso de ação racional possível, e isso é voltar às negociações de seus partes", disse ele. Mas o embaixador da Coreia do Sul, Kim Sook, disse que as negociações com Pyongyang não eram prioridade de Seul no momento: "Hoje não é o dia para falar sobre o diálogo." O sucesso das novas medidas, disseram diplomatas do conselho, vai depender em grande parte da prontidão da China, aliado da Coreia do Norte, em reforçá-las mais do que fez no passado. Diplomatas do conselho disseram que o objetivo das novas medidas era tornar o regime de sanções da Coreia do Norte mais em linha com as medidas duras da ONU em vigor contra o Irã. Eles dizem que o regime de sanções da ONU contra o Irã por seu programa nuclear é mais eficaz do que as restrições sobre Pyongyang. É por isso, eles dizem, que usaram as medidas do Irã como modelo.

Fonte: Portal Terra

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