Conselho de Segurança da ONU aplica mais sanções à Coreia do Norte
Ban Ki-moon
Em resposta ao terceiro teste nuclear da Coreia do Norte, o Conselho
de Segurança da ONU aprovou nesta quinta-feira reforçar as restrições
financeiras contra Pyongyang e reprimir suas tentativas de enviar e
receber cargas proibidas que violam as sanções da organização. A resolução esboçada pelos Estados Unidos e aprovada de forma unânime
pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU),
formado por 15 países, foi resultado de três semanas de negociações
entre os Estados Unidos e a China, depois do teste de 12 de fevereiro
realizado pela Coreia do Norte. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, um ex-ministro sul-coreano
das Relações Exteriores, disse que a resolução "enviava uma mensagem
inequívoca (à Coreia do Norte) de que a comunidade internacional não irá
tolerar sua busca por armas nucleares". A resolução especifica alguns itens luxuosos que a elite
norte-coreana não poderá importar, como iates, carros de corrida,
veículos de luxo e certos tipos de joias. Isso para fechar uma brecha
que anteriormente permitia que países decidissem por si o que constituía
bens de luxo. A exportação de bens de luxo e de itens relacionados ao programa
nuclear e de míssil de Pyongyang à Coreia do Norte está proibida desde
2006, embora diplomatas e analistas digam que a aplicação das sanções da
ONU vem sendo irregular. "A força, extensão e severidade dessas sanções irão aumentar o custo
para a Coreia do Norte de seu programa nuclear ilícito e limitar ainda
mais sua capacidade de financiar e garantir materiais e tecnologia para
seus mísseis balísticos e seu programa de armas nucleares e
convencionais", disse a embaixadora norte-americana na ONU, Susan Rice. "Quando a Coreia do Norte tentar mover dinheiro para pagar por seus
programas de mísseis balísticos e nuclear, os países devem agora
bloquear essas transferências, mesmo se o dinheiro estiver sendo
transportado em malas cheias de dinheiro vivo", ela disse. O embaixador chinês, Li Baodong, reiterou os pedidos de Pequim para
que sejam retomadas as conversas paralisadas envolvendo as duas Coreias,
os Estados Unidos, a China, a Rússia e o Japão. "Queremos ver a implementação total da resolução", disse Baodong a
repórteres. "A principal prioridade agora é neutralizar a tensão,
diminuir o calor, focar no caminho diplomático". Rice também reagiu à mais recente retórica belicosa da Coreia do
Norte, em que o país ameaçou os Estados Unidos com um ataque nuclear
preventivo. "A Coreia do Norte não vai conseguir nada com ameaças e provocações
contínuas. Isso só vai isolar ainda mais o país e seu povo e mina os
esforços internacionais para promover a paz e a estabilidade no nordeste
da Ásia", disse Rice. O embaixador russo, Vitaly Churkin, pediu moderação e um fim às
ameaças. "Vamos manter nossas mentes frescas e manter o foco sobre o
único curso de ação racional possível, e isso é voltar às negociações de
seus partes", disse ele. Mas o embaixador da Coreia do Sul, Kim Sook, disse que as negociações
com Pyongyang não eram prioridade de Seul no momento: "Hoje não é o dia
para falar sobre o diálogo." O sucesso das novas medidas, disseram diplomatas do conselho, vai
depender em grande parte da prontidão da China, aliado da Coreia do
Norte, em reforçá-las mais do que fez no passado. Diplomatas do conselho disseram que o objetivo das novas medidas era
tornar o regime de sanções da Coreia do Norte mais em linha com as
medidas duras da ONU em vigor contra o Irã. Eles dizem que o regime de sanções da ONU contra o Irã por seu
programa nuclear é mais eficaz do que as restrições sobre Pyongyang. É
por isso, eles dizem, que usaram as medidas do Irã como modelo.
Fonte: Portal Terra
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