Cabral suspende pagamentos do RJ após queda de vetos sobre royalties
Sérgio Cabral
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), determinou
nesta quinta-feira a suspensão de todos os pagamentos feitos pelo
governo do Estado, exceto os salários de servidores, até que o Supremo
Tribunal Federal decida sobre a constitucionalidade de uma nova fórmula
de distribuição dos royalties do petróleo.
A nova distribuição havia sido vetada pela presidente Dilma
Rousseff, mas o veto da presidente foi derrubado em sessão do Congresso
Nacional encerrada na madrugada desta quinta. "Os secretários de Estado de Fazenda e de Planejamento foram
orientados pelo governador a cancelar os pagamentos, empenhos, repasses e
outras transferências não obrigatórias até que o STF se pronuncie sobre
a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) do Estado do Rio", disse o
governo do Estado em nota.
A nova distribuição dos royalties, aprovada com a derrubada dos
vetos, reduz a participação dos Estados produtores de petróleo e amplia a
de Estados que não produzem a commodity. Com a derrubada do veto, a
nova fórmula passa a valer também para os campos já em exploração. Segundo estimativas do governo do Rio de Janeiro, o Estado
perderá 3,1 bilhões de reais anuais com a nova fórmula de distribuição e
Cabral já anunciou que irá ao Supremo contestar a constitucionalidade
da medida. Cabral chegou a argumentar anteriormente que, com a perda de
arrecadação, os preparativos do Estado para a Copa do Mundo e a
Olimpíada ficariam prejudicados. A capital fluminense sediará os Jogos
de 2016 e a final da Copa do Mundo do ano que vem e da Copa das
Confederações deste ano. A polêmica sobre a divisão dos royalties do petróleo começou
quando o governo decidiu criar um novo marco regulatório para a
exploração do óleo no país, determinando que os campos descobertos na
camada pré-sal seriam licitados pelo regime de partilha e não mais por
concessão. Os parlamentares dos Estados não produtores, ampla maioria no
Congresso, viram na mudança uma oportunidade de fazer uma nova divisão
dos royalties entre Estados e municípios, sem qualquer privilégio para
os Estados produtores (Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo),
mexendo inclusive nos contratos já em vigor. Aprovada pelo Congresso, essa nova divisão foi vetada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010.
Fonte: Reuters Brasil
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