Palestinos criticam anúncio israelense de expansão de colônias
Hanane Ashraui
A dirigente palestina Hanane Ashraui condenou nesta sexta-feira (30) o
anúncio da construção de novas propriedades em colônias israelenses, o
que considerou uma medida de represália ao acesso da Palestina ao status
de Estado observador não-membro da ONU. "Trata-se de uma agressão israelense a um Estado, e o mundo deve
assumir suas responsabilidades", disse à France Presse Hanane Ashraui,
membro do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina
(OLP). Israel anunciou que vai autorizar a construção de 3 mil novas casas em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia. A autoridade, que falou sob condição de anonimato, disse que o governo
conservador do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu autorizou a
construção de 3 mil moradias e ordenou o "zoneamento preliminar e
planejamento de (outras) milhares". A imprensa israelense disse que o governo buscou reforçar
domesticamente sua rejeição à aprovação na Assembleia Geral da ONU da
elevação do status palestino na entidade para "Estado observador
não-membro" - uma resolução a que Israel e Estados Unidos se opuseram. Israel considera toda a cidade de Jerusalém como sua capital
indivisível e quer manter faixas de assentamentos na Cisjordânia sob
qualquer eventual tratado de paz com palestinos. A maioria das potências mundiais considera os assentamentos ilegais por
serem erguidos em terras capturadas por Israel na Guerra dos Seis Dias,
em 1967. Palestinos querem que seu Estado inclua a Faixa de Gaza, que
Israel desocupou em 2005 e agora é governada por islâmicos do Hamas. Nesta quinta-feira (29), a Assembleia Geral das Nações Unidas concedeu à
Palestina o status de Estado observador da ONU, qualificado pelo
presidente Mahmoud Abbas como "passo histórico para a independência". Abbas, que antes da votação havia considerado o status como um pedido
de uma"certidão de nascimento" do Estado palestino, admitiu que ainda há
"um longo caminho" pela frente e propôs ao Hamas, movimento islâmico
que domina a Faixa de Gaza, o fim das divisões. A mudança de status significa um reconhecimento implicito da existência do Estado Palestino no Oriente Médio. O pedido palestino foi aprovado por vasta maioria, de 138 votos a 9.
Abstiveram-se da votação, ocorrida na sede das Nações Unidas em Nova
York, 41 países. Antes da votação, o embaixador de Israel na ONU, Ron Prosor, apresentou
as razões pelas quais seu país era contra a petição, que, segundo ele, é
"tão unilateral, que afasta a possibilidade de paz" na região, em vez
de a perseguir. "Não há atalhos, não há soluções fáceis", disse Prosor. "A paz não pode ser imposta de fora." Ele afirmou que a resolução "cria expectativas que não pode cumprir" e
acusou os palestinos de "nunca terem reconhecido" o Estado de Israel. Segundo ele, a resolução não contempla o problema da segurança de Israel. A representante dos EUA na ONU, Susan Rice, ao justificar seu voto
contrário, logo após a votação, pediu aos dois lados que retomem as
negociações diretas de paz e advertiu contra ações unilaterais.
Fonte: G1
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