Na véspera de decidir sobre royalties, Dilma defende 'rigoroso respeito aos contratos'
Dilma Rousseff
Na
véspera de sancionar, com ou sem vetos, o projeto que muda as regras de
distribuição dos royalties do petróleo, a presidente Dilma Rousseff
defendeu “um rigoroso respeito aos contratos”. O texto aprovado pelo
Congresso mexe em áreas já licitadas, prejudicando a arrecadação do Rio,
do Espírito Santo e de São Paulo. A tendência é que a presidente vete o
artigo que trata da redistribuição dos recursos das áreas licitadas. — É fato que
defendemos o crescimento e a estabilidade da economia. É fato que
defendemos um rigoroso respeito aos contratos. É fato que os estímulos
aos investimentos produtivos e a ação vigorosa em prol da indústria
brasileira é uma das nossas prioridades. Mas nós defendemos todas essas
políticas pelo que elas representam de benefício para toda a população
na forma de renda maior, emprego melhor, ascensão social e conquista de
direitos — disse Dilma. — Nenhum
brasileiro deve ser privado dos frutos do desenvolvimento e isso
significa para nós um país em que a renda mínima seja aquela que
caracteriza a classe média. É para lá que caminhamos. Significa um país
que agora não se conforma diante da pobreza extrema — acrescentou a
presidente, em cerimônia de anúncio da expansão do programa Brasil
Carinhoso, na manhã desta quinta-feira. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, voltou a defender a vinculação de 100% dos royalties do petróleo à educação: -
Independente da decisão que a presidente vai tomar em relação ao projeto
dos royalties da Câmara, que é a discussão do veto, um tema que está em
aberto, a nossa luta para vincular 100% dos recursos do pré-sal, do
pós-sal e todos os royalties do petróleo para educação continua -disse o
ministro. Mercadante
afirmou que, apesar do crescimento dos municípios que recebem os
royalties atualmente, os investimentos em educação oriundos do petróleo
seriam uma forma de garantir um "projeto de futuro" quando o petróleo se
esgotar. - Não faz
sentido dizer que essa proposta é contra o interesse dos municípios. Ao
contrário, não estamos tirando um real, só queremos que eles vinculem à
educação. Se analisarmos os municípios que tiveram muitos royalties ao
longo desses anos, têm calçadas lindas, obras suntuosas, mas que projeto
de futuro eles têm para o Brasil no dia que não houver mais petróleo,
que é uma riqueza não renovável? Mercadante
defendeu que a única maneira de evitar que o Plano Nacional de Educação
(PNE) se torne um "Protocolo de Kyoto" e não seja cumprido, é vinculando
os recursos do petróleo. - O projeto
de longo prazo para esse país é educação de qualidade para todos. Nós só
seremos um país desenvolvido no dia que tivermos educação universal e
de qualidade. Foi isso que fui defender no Senado hoje, porque o Plano
Nacional de Educação não pode virar um Tratado de Kyoto, que todo mundo
concorda, mas não cumpre. Para cumprir, tem que ter uma fonte de
financiamento. E a única fonte disponível para cumprir as metas
ambiciosas do PNE são os recursos do pré-sal. O governador
do Ceará, Cid Gomes, afirmou que irá "lamentar muito" caso a presidente
Dilma Rousseff vete o projeto, após participar do mesmo evento. O
governador do Ceará, estado que está entre os 24 que não recebem
royalties do petróleo, defendeu que a presidente Dilma sancione o
projeto aprovado no Congresso. Cid Gomes demonstrou ceticismo quanto à
possibilidade de apreciação de um eventual veto da presidente. - Lamentarei
muito se a presidente vetar, ela estará se indispondo com 24 estados da
federação e com mais de cinco mil municípios que estão passando por
dificuldades. Caberia a apreciação do veto, mas sabe-se que há 30 anos
não se aprecia um veto no Brasil.
Fonte: Jornal Luzilandia
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