Nervosos, venezuelanos se abastecem antes da eleição
Hugo Chávez
Venezuelanos lotaram os supermercados nesta sexta-feira para comprar
mantimentos, precavendo-se contra eventuais distúrbios por causa da
eleição presidencial de domingo, que se configura como o maior desafio
eleitoral ao presidente Hugo Chávez em seus 14 anos no poder.
O jovem governador estadual Henrique Capriles cresceu na reta
final da campanha, e pela primeira vez a oposição parece ter chances de
tirar Chávez da presidência, que ele ocupa desde 1999. Muitos venezuelanos temem que um resultado apertado gere
acusações de fraude e protestos, numa sociedade já polarizada e com
grande número de armas ilegais. "Preciso pensar na minha família, pode haver violência, tudo é
possível no país", disse a dona de casa Dayana Alvarez, de 38 anos, que
comprava óleo de cozinha, leite em pó, velas e farinha em um movimentado
supermercado de Caracas. Em alguns lugares, faltam produtos como macarrão, café, papel higiênico, arroz e leite.
"Estou comprando um pouco a cada dia. É preciso estar preparada.
Sabe-se lá o que vai acontecer", disse a administradora de empresa María
Eugenia Maduro, 38 anos, num supermercado de um bairro rico, onde há
forte apoio a Capriles, e grande nervosismo pelo risco de distúrbios.
Na reta final da campanha, três ativistas de oposição foram
mortos num comício, e houve tiros e pedradas em alguns eventos. Não
ocorreu, no entanto, a violência sistemática que muitos temiam antes da
campanha. Os dois lados manifestam confiança no sistema de urnas eletrônicas, e vão mobilizar fiscais em 13.700 zonas eleitorais. "Fomos e continuaremos respeitosos ao processo estabelecido",
disse a jornalistas nesta sexta-feira o coordenador de campanha de
Capriles, Leopoldo López. "Pedimos paz e tranquilidade."
Fonte: Agência Reuters Brasil
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