Blogueira Yoani Sánchez é detida em Cuba, dizem entidades
Yoani Sánchez
A blogueira opositora cubana Yoani Sánchez e outros dissidentes foram
detidos ao viajarem para a cidade onde está sendo julgado um político
espanhol envolvido no acidente rodoviário que causou a morte do
proeminente oposicionista Oswaldo Payá, denunciaram grupos de direitos
humanos nesta sexta-feira. A Anistia Internacional e a Comissão Cubana de Direitos Humanos
disseram que Sánchez foi presa na tarde de quinta-feira em Bayamo, no
sudeste da ilha, junto com seu marido, Reinaldo Escobar, e outro
acompanhante. "Yoani planejava cobrir nesta manhã a abertura do julgamento do
político espanhol Angel Francisco Carromero Barrios para o jornal
espanhol 'El País'", disse a Anistia em nota. A ativista se tornou
conhecida no exterior por causa das críticas ao regime comunista que faz
no seu blog, o Geração Y. Carromero, de 26 anos, é acusado de homicídio por causa do acidente de
22 de julho que matou Payá, de 60 anos, e outro ativista, Harold Cepero,
de 31. Carromero pode ser condenado a pena de 1 a 10 anos de prisão,
num caso que despertou grande atenção internacional. A Anistia disse ter sido informada também da detenção de outro pequeno
grupo de ativistas locais em Bayamo, "numa aparente tentativa de
prevenir qualquer atividade dissidente durante o julgamento". A blogueira Yohandry Fontana, simpática ao regime, havia comentado
anteriormente a detenção de Yoani, dizendo que ela foi a Bayamo para
"tentar uma provocação e um show midiático que prejudicasse o bom
andamento do processo". Depois, Fontana disse que Yoani "continua
detida", mas não entrou em detalhes. As autoridades cubanas não se manifestaram sobre a detenção dela. O porta-voz da Comissão Cubana de Direitos Humanos, Elizardo Sánchez,
uma organização ilegal, mas tolerada, disse à Reuters que "o mais
provável é que ao final de algumas horas os detidos sejam liberados,
segundo a linha que seguiu o governo nos últimos tempos". Autoridades judiciais disseram que a sentença de Carromero deve ser
proferida no prazo de seis dias úteis. O político espanhol disse à
Justiça que perdeu o controle do veículo que dirigia, num trecho
rodoviário em obras, e que bateu contra uma árvore, sem ter culpa no
acidente. Ele acrescentou que dirigia numa velocidade entre 80 e 90 quilômetros
por hora, contestando a versão oficial que aponta o excesso de
velocidade como uma das causas do acidente. Carromero e outro sobrevivente do acidente, o sueco Jens Aron Modig,
desmentiram versões da família de Payá, segundo a qual agentes do
governo colidiram contra o veículo em que o grupo viajava, empurrando-o
para fora da estrada.
Fonte: G1
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