sexta-feira, 4 de março de 2011

John Galliano
  
Escândalo Galliano marca desfile da Dior em Paris

A Dior apresentou nesta sexta-feira em Paris, na mais esperada semana de moda do ano, sua última coleção assinada pelo polêmico estilista John Galliano, demitido depois de cair em desgraça esta semana em meio a acusações de antissemitismo. O desfile, montado nos belos jardins do Museu Rodin, acabou ficando em segundo plano, já que todas as atenções estavam voltadas para o escândalo Galliano. "O que aconteceu na última semana foi uma provação terrível e dolorosa para todos nós", disse o diretor da Maison Christian Dior, Sidney Toledano, ao apresentar a nova coleção.  "Tem sido profundamente sofrido ver o nome Dior associado às declarações infelizes atribuídas a seu estilista, independentemente do quão brilhante ele seja", acrescentou.  Galliano foi execrado publicamente esta semana, depois da denúncia de um casal que teria sido vítima de insultos antissemitas em um café parisiense do Marais, o tradicional bairro judaico.  O estilista, de 50 anos, pediu desculpas por seu comportamento, mas negou as acusações e entrou com uma ação contra o casal por difamação. A situação, entretanto, só piorou com a divulgação de um vídeo no qual Galliano aparece no mesmo bar, lançando insultos antissemitas e declarando "eu amo Hitler".  Em seu discurso, Toledano - que é judeu - destacou que "a própria amada irmã de Christian Dior foi deportada para Buchenwald", o campo de concentração nazista.  O caso de John Galliano será julgado no segundo semestre do ano. Se for condenado por racismo, o estilista - a princípio suspenso, e em seguida demitido pela Dior - pode ser sentenciado a até seis meses de prisão e a pagar uma multa de 22.500 euros (31.000 dólares).  O desfile da Dior, que normalmente já é um dos mais esperados e concorridos da Semana de Paris, estava lotado de jornalistas e personalidades do mundo da moda. A Maison, entretanto, deixou claro que nenhum deles era bem-vindo nos bastidores.  No mundo das grifes, o escândalo levou tacitamente o carimbo de tabu, e poucos se atreveram a fazer comentários públicos. Uma exceção foi o poderoso Karl Lagerfeld, diretor artístico da Maison Chanel, que se declarou "furioso" com o impacto negativo do episódio.  O clima do desfile era sombrio e tenso.  Foram apresentadas 62 criações, um número normal para um desfile do porte da Dior, o que sugere que pouco ou nada foi modificado em função do escândalo.  Depois da apresentação, cerca de 50 funcionários do ateliê Dior vestindo jalecos subiram na passarela para receber os calorosos aplausos da plateia, marcando ainda mais o choque pela ausência de John Galliano, famoso pelas poses e pelo visual excêntrico que exibia ao fim dos desfiles.

Fonte: AFP - Robert MacPherson 

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