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Eduardo Velho

Ações de empresas de matérias-primas puxam queda da Bovespa

A Bovespa opera em baixa nesta sexta-feira, em dia de ajuste após dois dias de alta, acompanhando os mercados internacionais, que repercutem também o aumento do compulsório na China em 0,5 ponto porcentual. A cautela dos investidores, em meio à expectativa quanto ao formato e tamanho do plano de ajuda à Irlanda, ajuda a manter as bolsas na Europa e nos EUA em território negativo.  "Os investidores aproveitaram a notícia sobre os problemas na Irlanda para realizar e depois foi atrás de barganhas, mas não houve grandes mudanças de cenário. A situação fiscal na Europa e a recuperação da economia norte-americana seguem preocupando", disse um analista. Para o economista-chefe da Prosper, Eduardo Velho, além da situação fiscal na Irlanda, o mercado está atento com Portugal e Espanha, que tem dívidas a vencer nos primeiros meses de 2011. "A preocupação é se preparar para um novo estresse", disse. Às 12h55, o principal índice da Bolsa paulista recuava 0,70%, aos 70.287 pontos. O giro financeiro era fraco, de R$ 1,20 bilhãos , com previsão de apenas R$ 4,59 bilhões para o fechamento. Depois do anúncio da China, o avanço das matérias-primas se manteve por algum tempo, mas foram perdendo o ritmo. E por aqui, as produtoras de commodities abriram o pregão em queda. Há pouco, Petrobrás PN recuava 1,04%, enquanto a ON baixava 0,88%, enquanto o barril de petróleo caía 0,60% na Nymex eletrônica, cotado a US$ 81,36. Vale PNA cedia 1,07% e a ON registrava queda de 1,21%, ambas figurando entre as maiores baixas do Ibovespa. Bradespar, importante acionista da mineradora, também apresentava uma das mais expressivas desvalorizações do Ibovespa hoje, com recuo de 1,35%, seguida da MMX, com perdas de 1,24%. As siderúrgicas também acompanhavam o movimento, com Gerdau PN (-0,92%); Metalúrgica Gerdau PN (-1,26%); CSN (-0,35%) e Usiminas ON (-0,16%). Os papéis PNA da siderúrgica mineira conseguem se segurar no positivo e há instantes avançavam 0,14%. Segundo operadores, os papéis reagem à informação de que a importação de aço seguiu forte em outubro. No campo positivo, destaque para as ações da Brasil Ecodiesel, que subiam 0,99%. Ontem, a produtora de biodiesel informou que vendeu 48 milhões de litros de biodiesel no 20º leilão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizado nesta semana. Segundo nota, o volume corresponde a uma fatia de 8% do total comercializado no leilão. O preço médio realizado foi de R$ 2,307 por litro, deságio de 0,55%. O volume vendido deverá ser entregue no primeiro trimestre de 2011 para atender a mistura obrigatória de 5% de biodiesel no diesel mineral. Também entre as maiores altas figuravam Natura ON (+1,78); Embraer ON (+1,14%); Eletrobras PNB (+0,90%); JBS ON (+0,81%); CCR ON (+0,79%); Braskem PNA (+0,76%); ALL ON (+0,57%) e Rossi Residencial ON (+0,51%). Fora do Ibovespa, também os papéis da Randon se registravam alta em dia de mercado majoritariamente operando no território negativo. As ações ON da fabricante de implementos subiam 0,70%, após a empresa informar que sua receita líquida consolidada atingiu R$ 334,3 milhões em outubro, o que representa um crescimento de 38,9% em relação ao apurado no mesmo mês do ano passado. Com isso, no acumulado em dez meses, a receita líquida consolidada da empresa.

Fonte: Estadão - Luciana Collet