quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Márcio Zimmermann

Caixa vai emprestar R$ 3,7 bilhões para socorrer estatal goiana


A Caixa Econômica Federal vai liberar um empréstimo de R$ 3,728 bilhões para socorrer a endividada estatal goiana de distribuição de energia, a Celg. Segundo o presidente da empresa, Carlos Silva, o volume de dinheiro ainda é inferior ao endividamento total da estatal que, segundo ele, é de quase R$ 6 bilhões. Mas, afirmou o executivo, o montante será suficiente para quitar as dívidas da Celg com os encargos e tributos do setor elétrico, dívida esta que impede a empresa há três anos de aplicar reajustes nas tarifas.  "A Celg volta a funcionar como uma empresa normal, tornando-a adimplente", disse há pouco o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, que participou com a diretoria da Celg e o governador de Goiás, Alcides Rodrigues, da assinatura do acordo com a Caixa Econômica, patrocinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Silva, porém, preferiu não assegurar que, com a operação, a Celg já poderá aplicar o reajuste aprovado este ano pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mas que fora represado por conta das dívidas. "Essa pergunta tem que ser feita à Aneel", disse Silva. Os recursos da Caixa serão emprestados ao Estado de Goiás, que é o controlador da empresa. Do total a ser disponibilizado, cerca de R$ 1,7 bilhão serão usados para quitar dívidas do Estado com a empresa. Os outros cerca de R$ 2 bilhões serão aportados pelo Estado no capital da distribuidora. Além dos recursos da Caixa via Estado de Goiás, também a estatal Eletrobras fará um aporte para aumentar sua participação na empresa, que hoje é de menos de 0,5%, para, segundo Silva, "algo entre 6% e 7%". Ele calcula que a Eletrobras deverá para isso aportar cerca de R$ 140 milhões na Celg. O cronograma de financiamento da Caixa prevê a liberação da primeira tranche de R$ 1,2 bilhão em novembro; a segunda, de R$ 1,5 bilhão, em janeiro do próximo ano; e mais R$ 1,028 bilhão em janeiro de 2012. Os juros da operação é de 6% ao ano e o prazo é de 20 anos.

Fonte: Estadão - Texto Leonardo Goy e Tânia Monteiro, da Agência Estado

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