quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Billie Joe Armstrong

No Brasil, vocalista do Green Day promete: "Vamos arrebentar!"


Doze anos depois de sua primeira e última passagem pelo Brasil, o Green Day só ficou maior. Nesse meio tempo, lançou três álbuns – dois deles, “American Idiot” e “21st Century Breakdown”, no topo da parada norte-americana – e foi parar na Broadway, último lugar que se esperaria de uma banda de punk rock. Nesta quarta-feira (13), o trio dá início a uma série de shows pelo Brasil: primeiro em Porto Alegre, no Gigantinho; Rio de Janeiro (15), na HSBC Arena; Brasília (17), no Ginásio Nilson Nelson; e São Paulo (20), na Arena Anhembi. Em coletiva de imprensa no início da tarde de hoje na capital paulista, o vocalista Billie Joe Armstrong mostrou estar animado. “É o fim de nossa turnê. Não viemos aqui para farrear, é uma celebração. Me sinto muito jovem e vamos [bate na mesa] arrebentar.” A banda vai viajar pelo país acompanhada por atrações escolhidas através de um concurso. Em São Paulo, por exemplo, serão os paranaenses do Nevilton e em Porto Alegre, a gaúcha Superguidis. Questionado pela expectativa de dividir o palco com os novatos, Armstrong – porta-voz do grupo, enquanto Mike Dirnt (guitarra) e Tre Cool (bateria) ficaram basicamente calados – disse não saber o que esperar. “É a chance de ver bandas diferentes de lugares diferentes. Na Venezuela, foi um grupo de rockabilly”, disse, feliz, talvez em referência ao projeto paralelo do trio, o Foxboro Hot Tubs. “Só não queremos tocar com o 30 Seconds to Mars... Nada pessoal.” Com 65 milhões de discos vendidos, o Green Day virou estrela mesmo depois de “American Idiot” (2004), uma ópera rock ácida, sucesso de público e crítica, sobre o modo de vida norte-americano. Sobre a mudança de postura nas letras, que passaram a ser sérias, contundentes, o vocalista desconversou. “Isso sempre esteve lá, mesmo que de modo sutil, como em ‘Welcome to Paradise’ e no próprio nome do álbum ‘Warning’ [2000]”, afirmou. “Sempre quisemos mudar lentamente. Parece desonesto querer se reinventar de uma hora para outra. É colocar o conceito à frente da identidade. Você pode polir uma porcaria, mas ela vai continuar sendo uma.” Fundado em 1987, o Green Day conseguiu ultrapassar as turbulências de uma carreira cheia de pontos altos, especialmente depois de “Dookie” (1994), e chegar ileso ao século 21. Se o trio manteve o entrosamento, não foi por causa do dinheiro. “Estou casado com minha mulher há 17 anos, e não acho que seja por causa do sucesso”, garantiu Armstrong. “[Estar na banda] é como um casamento: o negócio é manter as brigas limpas e o sexo, sujo”, brincou. A turnê de “21st Century Breakdown”, iniciada no ano passado, vai dar origem em breve a um álbum ao vivo. Todos os shows da banda estão sendo gravados e, no Brasil, não deve ser diferente. “Quando acabar, vamos sentar, ouvir tudo e pegar o melhor de cada país.” No repertório dos shows, estará boa parte do último disco e mais, muito mais. “É um set list longo. Vamos tocar sucessos, como ‘Basketcase’, mas também coisas antigas, de ‘Kerplunk’ [1992], ‘Nimrod’ [1997] e ‘Insomniac’ [1997].” A ideia são apresentações entre duas horas e meia e três horas. “É melhor usar sapatos confortáveis”, alertou Dirnt, em uma de suas únicas intervenções.

Fonte: Último Segundo

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