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Guido Mantega

Mantega diz que governo ainda tem arma contra guerra cambial

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira que ainda não usou todas as armas disponíveis no governo para conter a excessiva valorização do real em relação ao dólar. Ele afirmou está satisfeito com as ações que já foram adotadas até agora, como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para a entrada de capital estrangeiro no país, mas que a flutuação cambial é observada diariamente e depende não apenas do que é feito no Brasil, mas também do que ocorre em outros países, como Estados Unidos e China.  - Eu falei que tinha um arsenal de várias armas, de pequeno calibre, de médio, e de grosso. A de grosso calibre ainda não foi usada. E não será usada se não for necessário. A gente prefere não interferir (no mercado) e deixar que haja flutuação, mas é preciso que os outros países façam o mesmo, senão nós vamos ficar em desvantagem - disse ele, acrescentando:  - Eu estou satisfeito com o que temos até agora, mas a questão é observada dia a dia. Eu não tenho prazer em tomar medidas. Eu as faço quando são necessárias. Não queremos tomar medidas a toda hora e a todo momento. Se o resultado (do que foi feito até agora) for satisfatório e vier acompanhado de uma atuação de outros países, é possível que não haja necessidade.  Segundo o ministro, caso o quadro cambial se reequilibre, o governo pode até mesmo retroceder em algumas ações:  - Nós até poderíamos retroceder em alguma medida se houver diminuição da volatilidade e valorização da moeda americana e da moeda chinesa.  Mantega negou que o governo esteja estudando retomar a cobrança do Imposto de Renda sobre investimentos estrangeiros em renda fixa, mas disse que faz parte da estratégia da equipe econômica fazer novas captação de recursos no mercado internacional por meio da emissão de bônus em reais. Esse tipo de operação permite que o investidor tenha a rentabilidade paga pelos títulos brasileiros sem ter que ingressar com dólares no país.

Fonte: O Globo - Martha Beck