sexta-feira, 6 de agosto de 2010


FMI

FMI alerta o Brasil para riscos de mais valorização do câmbio

Entre elogios à atuação do Brasil para superar a crise mundial e engrenar em uma rota de sólido crescimento econômico, o Fundo Monetário Internacional (FMI) chamou ontem a atenção do governo federal para os "riscos de valorização ainda maior" da taxa de câmbio. Como meio de ilustrar a ameaça, previu um déficit de US$ 54,6 bilhões nas transações correntes neste ano.  O FMI advertiu ainda sobre a persistência de outras ameaças para a economia brasileira que, em suas projeções, deverá crescer 7,1% neste ano. Entre elas, a dívida pública elevada e a "rigidez" dos gastos públicos. As ponderações surgiram durante reunião da diretoria executiva do FMI, em 14 de julho, na qual foi discutido o relatório anual da economia brasileira. Segundo nota divulgada ontem pelo Fundo, o comando do organismo mostrou-se satisfeito com a rápida recuperação da economia brasileira, sustentada em uma política econômica "robusta", mas apontou novos desafios que precisam ser enfrentados. O FMI concordou com o fato de o regime de câmbio flexível ser "útil" para o Brasil. Mas advertiu que "a taxa de câmbio real continua sobrevalorizada" e há riscos de uma apreciação ainda maior. O texto não traz as ponderações dos diretores sobre os possíveis impactos da taxa de câmbio nas contas externas. Mas a tabela que se segue estampa a previsão do Fundo de déficit de US$ 54,6 bilhões em transações correntes deste ano - mais que o dobro do resultado negativo de 2009, de US$ 24,3 bilhões. Nas contas do Fundo, esse rombo será o resultado de um superávit de apenas US$ 4,3 bilhões na balança comercial - depois do registro de um saldo positivo de US$ 25,3 bilhões em 2009, um ano fraco para o comércio internacional - e de um déficit de US$ 58,9 bilhões no balanço de serviços. Ainda sobre o setor externo, o FMI aconselhou o Banco Central a manter os atuais "níveis confortáveis" de reservas internacionais (de US$ 258 bilhões) por enquanto. Entretanto, recomendou a redução em longo prazo, dado o seu custo e o ambiente de juros altos. No plano interno, o Fundo aplaudiu a decisão brasileira de retirar os incentivos fiscais concedidos na época mais aguda da crise. Mas advertiu o governo a manter-se atento à aceleração recente no crédito e seus efeitos na expansão da demanda.

Fonte: Denise Chrispim Marin - O Estado de São Paulo

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