sexta-feira, 6 de agosto de 2010


Anfavea

Produção de veículos volta a crescer

Depois de observar retração em junho, a produção de veículos no Brasil voltou a crescer, com alta de 3,2% em julho frente ao mês anterior, de acordo com dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) divulgados ontem. Foram 315,9 mil unidades fabricadas (de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) no mês passado. Com isso, no acumulado dos primeiros sete meses do ano, o setor registra 2,07 milhões de veículos produzidos, 18,3% mais que no mesmo período em 2009.
O impulso na fabricação se deve não apenas ao bom desempenho das vendas no mercado interno (crescimento de 15% frente a junho), mas também à forte reação das exportações. Segundo o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, em julho normalmente o desempenho é superior ao do mês anterior. Belini acrescenta que a reação do mercado interno neste ano reflete fatores como o crescimento do volume de crédito - que em junho estava 13,4% maior que no mesmo mês em 2009 -, os juros praticamente estáveis frente ao mesmo período do ano passado e a inadimplência em retração (de 5,4% em junho de 2009 para 3,6% atualmente). Em relação às exportações, Belini cita que houve reação no consumo em outros países. No entanto, pondera: "A expansão é sobre uma base muito fraca (o primeiro semestre de 2009, quando se faziam sentir os efeitos da crise internacional). Além disso, o número de veículos exportados no ano até julho (422,2 mil unidades) é 78,4% maior que nos mesmos sete meses em 2009, mas ainda fica abaixo dos 444,6 mil desse período em 2008. Também fica muito aquém do melhor ano para as vendas externas, em 2005. De janeiro a julho daquele ano, foram 897 mil que saíram das fábricas nacionais em direção ao mercado internacional. A participação das exportações no total produzido também já foi bem maior. Atualmente representa 20% da fabricação total. Mas já chegou a ser 35% cinco anos atrás, destaca Belini. A indústria automobilística brasileira alcançou em julho o maior nível de emprego dos últimos 19 anos, ao contabilizar 132.165 postos de trabalho, segundo a Anfavea. O número (que inclui vagas em montadoras de veículos e de máquinas agrícolas) foi alcançado com a abertura de 1.197 postos no mês e fica atrás apenas do registrado em fevereiro de 1991 - quando o segmento chegou à marca de 133.181 vagas. No entanto, o presidente da associação, Cledorvino Belini, ressalva que, naquela época, a realidade do segmento era diferente, com processos de produção menos automatizados e a concentração de atividades nas montadoras, que hoje são terceirizadas e ficam a cargo de sistemistas e outras empresas ligadas ao setor. O dirigente salienta que as contratações - que cresceram fortemente neste ano em função da retomada do mercado interno e das exportações, após a crise de crédito - devem se estabilizar a partir de agora. A acomodação no movimento de abertura de vagas refletiria, em tese, o processo de desaceleração da atividade econômica. Mas, segundo o economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), Rogério de Souza Assis, a expectativa é de que a indústria nacional continue a crescer, porém em ritmo mais condizente com sua capacidade produtiva. Apesar do forte volume de investimentos anunciados no setor - que somam US$ 11,2 bilhões até 2012 -, há gargalos em partes da cadeia produtiva (por exemplo, fabricantes de pneus), que têm dificuldade de abastecer as montadoras para dar conta do aumento da demanda.

Fonte: Diário do Grande ABC - Leone Farias


 

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