Manifestantes mantêm protestos na Ucrânia e UE promete ajuda
Mykola Azarov
Milhares de manifestantes de oposição ao governo se reuniram nesta quinta-feira no centro de Kiev, reerguendo barricadas removidas pela polícia, enquanto a União Europeia repetia a promessa de mais ajuda à Ucrânia se o país assinasse um tratado de cooperação e comércio com o bloco. O primeiro vice-premiê da Ucrânia, Serhiy Arbuzov, viajou a Bruxelas com uma delegação de alto escalão para buscar bilhões de dólares em ajuda da UE em troca da assinatura do acordo, o qual o governo ucraniano havia repentinamente rejeitado no mês passado. Ele disse que a Ucrânia, que está à beira da falência, iria "assinar em breve" o acordo, mas não quis dar mais detalhes. O comissário responsável pelo alargamento do bloco europeu, Stefan Fuele, prometeu mais ajuda à Ucrânia se o país firmar o acordo, além de apoiar os ucranianos na negociação de um empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas não apresentou cifras. Depois de horas de conversações com Arbuzov, Fuele alertou que a Ucrânia está prestes a enfrentar uma crise financeira. "Nós precisamos ajudar a Ucrânia a restabelecer rapidamente a confiança, não somente a de seus cidadãos, mas também a dos investidores e credores internacionais, como uma economia estável e previsível", disse ele a repórteres. O primeiro-ministro ucraniano, Mykola Azarov, disse na quarta-feira, segundo se informou no país, que havia pedido à UE 20 bilhões de euros em ajuda para compensar o custo da assinatura do acordo com o bloco. A repentina decisão do presidente Viktor Yanukovich, em 21 de novembro, de abandonar o acordo político e comercial com o bloco europeu e impulsionar o comércio com a Rússia, a antiga condutora da União Soviética, do qual a Ucrânia fazia parte, levou centenas de milhares de pessoas às ruas em uma sucessão de protestos no fim de semana, cada um maior do que o outro. O presidente russo, Vladimir Putin, preocupado com a possibilidade de os protestos induzirem Yanukovich a assinar o acordo comercial com o bloco europeu, em detrimento de Moscou, apontou para um futuro seguro para a Ucrânia numa aliança liderada pela Rússia.
Fonte: Reuters Brasil
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