MEDICINA ORTOMOLECULAR
UMA TÉCNICA AVANÇADA DE MEDICINA ALTERNATIVA OU UMA FRAUDE?
DOUTOR LINUS PAULING
Assistimos neste
final de semana em rede nacional de televisão, uma reportagem sobre medicina
ortomolecular, técnica usada em muitos países, incluindo o Brasil. A medicina
ortomolecular, criada no início dos anos sessenta, por um bioquímico, o famoso
Dr. Linus Pauling, duas vezes Prêmio Nobel, só muito tempo depois chegou ao
Brasil. A medicina ortomolecular, tem como alguns de seus objetivos principais,
restabelecer o equilíbrio químico do organismo, combatendo os radicais livres;
neutralizar efeitos tóxicos de diversas substâncias, entre elas o fumo,
proporcionando uma melhor qualidade de vida; tratar as deficiências de
nutrientes no organismo e tratar a obesidade, evitando a diabetes, entre
outros. Diferente de outros tratamentos de medicina alternativa, como a
acupuntura e a fitoterapia, por exemplo, que são aceitas sem maiores
questionamentos por parte dos médicos tradicionalistas, a medicina
ortomolecular, ao contrário, vem causando polêmica entre estes profissionais e,
entre eles, poucos acreditam na eficiência do tratamento, muitos até alertaram,
durante a reportagem mostrada na televisão, para os riscos que correm as
pessoas que buscam este tipo de tratamento. Realmente, durante a reportagem
constatamos diversos absurdos ditos e até mesmo receitados, por profissionais
que empregam esta técnica. A reportagem foi realizada em quatro clínicas de
medicina ortomolecular, em algumas capitais de estados da federação, por uma
repórter, que se fez passar por paciente. Foi constatado que em muitas
dessas clínicas, os responsáveis pelo tratamento, nem médicos eram, alguns são
terapeutas. Em uma dessas clínicas, uma terapeuta examinou a repórter e depois
de fazer um diagnóstico estapafúrdio, indicou remédios caros, que deveriam ser
manipulados em um laboratório, pertencente a um sócio da clínica. Em uma
clínica no Rio, foi um médico que atendeu a repórter e chegou a dizer que o seu
problema de sangue decorria do fato de que ela, ou sua mãe, ou ainda a sua avó
haviam freqüentado o espiritismo. Realmente um absurdo, um diagnóstico sem pé e
sem cabeça. Depois de “diagnosticar” a “paciente”, ainda vendeu a ela diversos
medicamentos, o que é irregular, já que é proibido por lei, o comércio de
medicamentos, em clínicas médicas, (a terapeuta de São Paulo, também vendeu os
remédios). Na clínica do Rio os remédios custaram R$ 3.100,00 (Três mil e cem
reais), para o tratamento por um mês e o médico ainda disse que, para o caso
daquela “paciente”, a repórter, o tratamento tinha que ser de no mínimo dois
meses. Esses remédios foram enviados a um laboratório credenciado pela ANVISA,
para análises e os resultados devem sair dentro de poucos dias. O mesmo
profissional, do Rio, em um dado momento da reportagem, disse que a “paciente”,
precisava receber injeção de água oxigenada na veia. Para tal absurdo, o
conceituado médico hematologista, Doutor Daniel Tabak, disse que a água
oxigenada é para aplicação externa e só mesmo na cabeça daquele homem, ela
poderia ter uso injetável, uma barbaridade. Apesar da reportagem, alguns
profissionais e até pacientes adeptos da medicina ortomolecular, disseram que a
técnica é séria e eficaz e que apesar do grande número de irresponsabilidades,
desconhecimentos e explorações, mostradas na reportagem, ainda sim, são casos
isolados, onde charlatões e pessoas desqualificadas e irresponsáveis procuram
tirar proveito, explorando pessoas leigas e inocentes, que procuram por um
tratamento sério na medicina ortomolecular. Agora a sociedade brasileira,
espera as providências que devem ser tomadas por parte dos órgãos e das
autoridades competentes no assunto, esperando que caso a medicina ortomolecular
tenha sua eficácia comprovada cientificamente, que ela seja reconhecida pelo
Conselho Nacional de Medicina, de forma total e não com ressalvas (por que
ressalvas?), como acontece atualmente, regulamentando, normatizando e
principalmente fiscalizando a sua prática, para que outros absurdos, como os
expostos acima, não voltem acontecer. Em caso contrário, ou seja, se
cientificamente a eficácia da medicina ortomolecular, não for comprovada, o que
passa a ser uma fraude, que ela então seja proibida em todo o território
nacional e, que aqueles que insistirem em sua prática, sejam processados na
forma da lei, por charlatanismo e sejam levados às barras dos tribunais e até as
prisões.
Pesquisa
feita por Benigno Antonio Hermida Pinheiro Freire, com apoio e montagem de Yuri
Barbosa dos Santos Hermida Pinheiro Freire
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