quinta-feira, 17 de outubro de 2013

MEDICINA ORTOMOLECULAR


UMA TÉCNICA AVANÇADA DE MEDICINA ALTERNATIVA OU UMA FRAUDE?

DOUTOR LINUS PAULING


 Assistimos neste final de semana em rede nacional de televisão, uma reportagem sobre medicina ortomolecular, técnica usada em muitos países, incluindo o Brasil. A medicina ortomolecular, criada no início dos anos sessenta, por um bioquímico, o famoso Dr. Linus Pauling, duas vezes Prêmio Nobel, só muito tempo depois chegou ao Brasil. A medicina ortomolecular, tem como alguns de seus objetivos principais, restabelecer o equilíbrio químico do organismo, combatendo os radicais livres; neutralizar efeitos tóxicos de diversas substâncias, entre elas o fumo, proporcionando uma melhor qualidade de vida; tratar as deficiências de nutrientes no organismo e tratar a obesidade, evitando a diabetes, entre outros.  Diferente de outros tratamentos de medicina alternativa, como a acupuntura e a fitoterapia, por exemplo, que são aceitas sem maiores questionamentos por parte dos médicos tradicionalistas, a medicina ortomolecular, ao contrário, vem causando polêmica entre estes profissionais e, entre eles, poucos acreditam na eficiência do tratamento, muitos até alertaram, durante a reportagem mostrada na televisão, para os riscos que correm as pessoas que buscam este tipo de tratamento. Realmente, durante a reportagem constatamos diversos absurdos ditos e até mesmo receitados, por profissionais que empregam esta técnica. A reportagem foi realizada em quatro clínicas de medicina ortomolecular, em algumas capitais de estados da federação, por uma repórter, que se fez passar por  paciente. Foi constatado que em muitas dessas clínicas, os responsáveis pelo tratamento, nem médicos eram, alguns são terapeutas. Em uma dessas clínicas, uma terapeuta examinou a repórter e depois de fazer um diagnóstico estapafúrdio, indicou remédios caros, que deveriam ser manipulados em um laboratório, pertencente a um sócio da clínica.  Em uma clínica no Rio, foi um médico que atendeu a repórter e chegou a dizer que o seu problema de sangue decorria do fato de que ela, ou sua mãe, ou ainda a sua avó haviam freqüentado o espiritismo. Realmente um absurdo, um diagnóstico sem pé e sem cabeça. Depois de “diagnosticar” a “paciente”, ainda vendeu a ela diversos medicamentos, o que é irregular, já que é proibido por lei, o comércio de medicamentos, em clínicas médicas, (a terapeuta de São Paulo, também vendeu os remédios). Na clínica do Rio os remédios custaram R$ 3.100,00 (Três mil e cem reais), para o tratamento por um mês e o médico ainda disse que, para o caso daquela “paciente”, a repórter, o tratamento tinha que ser de no mínimo dois meses. Esses remédios foram enviados a um laboratório credenciado pela ANVISA, para análises e os resultados devem sair dentro de poucos dias. O mesmo profissional, do Rio, em um dado momento da reportagem, disse que a “paciente”, precisava receber injeção de água oxigenada na veia. Para tal absurdo, o conceituado médico hematologista, Doutor Daniel Tabak, disse que a água oxigenada é para aplicação externa e só mesmo na cabeça daquele homem, ela poderia ter uso injetável, uma barbaridade. Apesar da reportagem, alguns profissionais e até pacientes adeptos da medicina ortomolecular, disseram que a técnica é séria e eficaz e que apesar do grande número de irresponsabilidades, desconhecimentos e explorações, mostradas na reportagem, ainda sim, são casos isolados, onde charlatões e pessoas desqualificadas e irresponsáveis procuram tirar proveito, explorando pessoas leigas e inocentes, que procuram por um tratamento sério na medicina ortomolecular. Agora a sociedade brasileira, espera as providências que devem ser tomadas por parte dos órgãos e das autoridades competentes no assunto, esperando que caso a medicina ortomolecular tenha sua eficácia comprovada cientificamente, que ela seja reconhecida pelo Conselho Nacional de Medicina, de forma total e não com ressalvas (por que ressalvas?), como acontece atualmente, regulamentando, normatizando e principalmente fiscalizando a sua prática, para que outros absurdos, como os expostos acima, não voltem acontecer. Em caso contrário, ou seja, se cientificamente a eficácia da medicina ortomolecular, não for comprovada, o que passa a ser uma fraude, que ela então seja proibida em todo o território nacional e, que aqueles que insistirem em sua prática, sejam processados na forma da lei, por charlatanismo e sejam levados às barras dos tribunais e até as prisões.

Pesquisa feita por Benigno Antonio Hermida Pinheiro Freire, com apoio e montagem de Yuri Barbosa dos Santos Hermida Pinheiro Freire


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