terça-feira, 24 de setembro de 2013

Senado aprova projeto de lei que regulamenta profissão de vaqueiro

 
Washington Queiroz


O Senado aprovou, nesta terça-feira (24), um projeto de lei que reconhece e regulamenta como profissão uma das atividades mais tradicionais do Brasil. É o som do Sertão que acaba de ser ouvido no Congresso Nacional. O projeto de lei aprovado no Senado regulamenta a profissão de vaqueiro - como é chamado na Caatinga Nordestina. Também conhecido como tropeiro no Sul ou peão de boiadeiro no Sudeste e no Centro-Oeste. Todos representados nesta terça por um grupo de Pernambuco, de Alagoas e da Bahia e invadiu o prédio dos ternos e das gravatas com suas armaduras de couro curtido. Até agora, essa roupa típica era a única proteção que eles tinham contra acidentes de trabalho. A nova lei muda o status de quem lida com bois, búfalos, cavalos, mulas, cabras e ovelhas. Eles passam a ter direito a carteira de trabalho assinada, seguro de vida. Direitos que antes nem imaginavam. “O vaqueiro vai ter direito ao seu décimo terceiro, a um salário digno, é salário família, é férias”, disse Áureo Oliveira Carneiro, vaqueiro. Na tribuna do Senado, eles celebraram a inserção dessa profissão no universo da cidadania. É a regulamentação de uma das atividades profissionais mais antigas do Brasil. O primeiro registro oficial de pagamento pela lida com animais do campo foi em 1549, portanto ha 464 anos. Nesses quase cinco séculos, a função era tratada como um bico. Agora, isso é coisa do passado. “Fazendo um reparo de cunho social, histórico, econômico e sobretudo cultural para um homem que deu tudo para este país e é como se ele não existisse”, ressaltou Washington Queiroz, antropólogo. “Nós vamos ter mais confiança de vida e confiança para sobreviver e dá apoio a nossos filhos e toda a nossa família”, afirmou João Torres, vaqueiro. A regulamentação da atividade de vaqueiro abre caminho para outro projeto, dessa vez, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Segundo as associações de vaqueiros do Brasil, que representam cerca de um milhão de profissionais, até o ano que vem, o Iphan deve reconhecer essa atividade como Patrimônio Cultural Brasileiro. Agora o projeto só precisa ser sancionado pela presidente Dilma.

Fonte: G1

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