terça-feira, 27 de agosto de 2013

Comissão da Verdade espera Dilma Roussef


João Goulart



O   Brasil foi um dos últimos países da  América Latina  a criar a sua Comissão da Verdade, órgão destinado a investigar e esclarecer crimes cometidos por agentes do estado durante a ditadura militar. Somente 27 anos após o fim do regime  autoritário inaugurado em 1964, um  golpe  que   derrubou  o  presidente  da  República  João Goulart,  foram  reunidas  as condições  políticas   capazes  de   permitir   a   instalação da comissão. Mesmo assim, seu funcionamento  não  tem  sido  fácil.  Enquanto em outros países que também vivenciaram ditaduras  semelhantes  comissões avançaram ao ponto de discutir até mesmo a revisão de suas  leis  de  anistia, a situação no Brasil é diferente. Há fortes divergências internas e, se não  há,  praticamente,   impedimento   à   atuação  da comissão, a demora do governo na indicação dos substitutos de integrantes que pediram demissão ameaça criar um impasse. É um chavão,  mas  vale  lembrar  diante desse cenário: em política, não há espaço vazio. A lentidão   do   governo   em decidir a indicação dos novos membros, além de prejudicar o trabalho da comissão, cria ambiente propício à distorções indesejadas na sua finalidade. A presidenta da República   Dilma  Rousseff demonstrou coragem e competência ao instalar a Comissão da Verdade  e escolher nomes de respeito que encontraram ótima receptividade na opinião pública. Porém, se até o último minuto soube enfrentar  e   uperar obstáculos e descontentamentos   localizados,   a   hesitação presente compromete a iniciativa e  lança dúvidas sobre o futuro da Comissão da Verdade.


Fonte: Jornal do Brasil

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