Cidades com educação pior têm maior população jovem
O Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, lançado na semana passada, mostra que os municípios com piores indicadores em educação têm, proporcionalmente, o dobro de crianças e adolescentes do que os com os melhores índices. Nas cidades mais bem colocadas no quesito educacional do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) apenas um quarto da população tem até 19 anos enquanto nos últimos lugares mais da metade da população está nesta faixa etária. A educação é no Brasil o fator mais atrasado dos três que compõem o índice feito pela Organização das Nações Unidas. Na média, os municípios brasileiros chegam a 0,637 em uma escala de zero a um. Os outros dois quesitos são Longevidade, em que a média é 0,816 e Renda, com 0,739. Apesar disso, o índice feito a cada 10 anos mostra um salto grande em duas décadas. Em 1991, a média das cidades era de apenas 0,278. Atualmente, apenas cinco dos 5.565 municípios estão abaixo deste patamar. O cruzamento de dados do Atlas por cidade – também lançado a cada 10 anos – mostra que há um agravante nestas cidades. Além de terem os piores indicadores, elas estão entre as com maior população em idade escolar. As duas piores colocadas do Brasil em IDHM são Melgaço e Chaves, ambas no Pará. Em Melgaço, onde o IDHM Educação é de 0,207, um total de 56% dos moradores têm até 19 anos e, em Chaves, que tem 0,234 de IDHM Educação, 51% estão na mesma faixa etária. Nas cidades com os melhores índices a proporção de crianças e adolescentes é menos que a metade das piores, mesmo quando também se trata de pequenos municípios como é o caso da campeã nacional, a pequena Águas de São Pedro, menor município de São Paulo com menos de 3 mil habitantes. Ali, o IDHM Educação é de 0,825 e só 23% dos moradores têm até 19 anos. A segunda colocada, São Caetano do Sul, segue o padrão, 0811 de IDHM Educação e 22% de população entre crianças e adolescentes. A comparação dos dados usados para compor o índice explica melhor a diferença entre as cidades e ajudam a visualizar tanto que ainda há muito a fazer mesmo nos municípios com bons números como quanto o atendimento a população infanto-juvenil pesam no IDHM Educação.
Fontes: ÚLTIMO SEGUNDO e iG São Paulo - Matéria de Cinthia Rodrigues
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