Opositor russo Alexei Navalny é condenado a 5 anos de prisão
Alexei Navalny
O líder de oposição russo Alexei Navalny foi condenado a cinco anos de prisão por roubo nesta quinta-feira (18), uma pena inesperadamente dura que seus partidários disseram comprovar que o presidente Vladimir Putin é um ditador que governa pela repressão. Navalny, um ativista anticorrupção que emergiu como líder da oposição nos maiores protestos contra Putin desde que o presidente assumiu o poder em 2000, tocou a mão de sua esposa Yulia antes de ser levado algemado pelos guardas. Manifestantes gritaram "Vergonha! Desgraça!" do lado de fora do tribunal em Kirov, a cerca de 900 km a nordeste de Moscou. Alguns partidários de Navalny choraram e outros ativistas da oposição não esconderam sua raiva e indignação. O Ministério Público pediu ao tribunal uma condenação de seis anos para Navalny, sob a acusação de organizar um esquema para roubar pelo menos 16 milhões de rublos (494.400 dólares) de uma empresa madeireira local quando ele estava aconselhando o governador da região de Kirov, em 2009. Mas mesmo a sentença de cinco anos significa que ele não será capaz de disputar a próxima eleição presidencial em 2018 ou concorrer à prefeitura de Moscou, em setembro, como ele havia planejado. Alguns analistas políticos esperavam que o tribunal proferisse uma sentença em regime aberto para evitar a prisão, mas ainda impedir qualquer tentativa política. "O tribunal, após examinar o caso, estabeleceu que Navalny organizou um crime... o roubo de propriedade em uma escala particularmente grande", disse o juiz Sergei Blinov, lendo rapidamente a sentença. Navalny, de 37 anos e que acusou os governantes de "vigaristas e ladrões", ficou em silêncio, com uma expressão perplexa ao ouvir o veredicto. A União Europeia expressou nesta quinta-feira sua preocupação após a condenação, afirmou que as acusações de desvio de fundos não foram confirmadas e considerou que levanta sérias preocupações sobre o Estado de direito na Rússia. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, "está preocupada com a sentença" e espera que a condenação seja "revisada durante o processo de apelação", informou seu porta-voz em um comunicado. Os EUA também manifestaram preocupação com a sentença.
Fonte: G1
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