MPF de Goiás apresenta denúncia contra a mulher de Cachoeira
Andressa Alves Mendonça
O Ministério Público Federal em Goiás denunciou na terça-feira a mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira por supostamente ameaçar o juiz Alderico Rocha Santos, que julgou os réus da Operação Monte Carlo. Segundo o magistrado, Andressa Alves Mendonça tentou suborná-lo para que o marido dela fosse libertado da prisão. Cachoeira estava preso na época por ser apontado como chefe da quadrilha dos jogos em Goiás. Segundo o MPF, Andressa cometeu dois crimes: o de corrupção ativa - por oferecer ou prometer vantagem indevida a servidor público, para incentivá-lo a praticar, omitir ou retardar ato próprio de sua função -, e o de usar de violência e grave ameaça em interesse próprio. Pelos crimes, são previstas penas de reclusão, que variam de dois a 12 anos e de um a quatro anos.O Ministério Público Federal requereu, também, que Andressa seja condenada à reparação dos danos causados pela infração cometida, considerando o prejuízo moral sofrido pela administração pública federal, nos termos do artigo 387, IV, do CPP. A denúncia traz que no dia 26 de julho do ano passado, Andressa foi recebida no gabinete do juiz Alderico, acompanhada de uma servidora da 5ª Vara Federal. Após aproximadamente meia hora de conversa, em que insistia na revogação da prisão preventiva de Cachoeira, começou a fazer gestos para que a referida servidora fosse retirada do recinto. Depois de muita insistência e afirmando querer conversar sobre fatos relativos às visitas ao marido, o magistrado determinou à servidora que aguardasse na porta, porém do lado de fora de seu gabinete. Quando os dois ficaram sozinhos na sala, Andressa relatou que Cachoeira teria como empregado um jornalista da revista Veja e que este montara um dossiê contra o juiz, que estaria prestes a ser divulgado. Entretanto, prometeu que evitaria a divulgação do dossiê se o juiz revogasse a prisão de Cachoeira ou apressasse o trâmite de seu processo, absolvendo-o. Para demonstrar que não estava blefando e que teria tido acesso a possíveis informações relacionadas ao juiz federal, Andressa solicitou ao magistrado um pedaço de papel onde anotou três nomes. Posteriormente, referindo-se à possibilidade de o juiz federal e uma das pessoas por ela apresentadas serem expostos a veículos de comunicação, aduziu que o magistrado teria sido fotografado na companhia de uma possível pessoa acusada pela prática de crime de submissão de trabalhadores à condição análoga a de escravo.
Fonte: Portal Terra
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