quarta-feira, 17 de julho de 2013

Armas encontradas em navio da Coreia do Norte eram obsoletas, diz Cuba


O presidente panamenho Ricardo Martinelli


Cuba afirmou nesta quarta-feira (17) que o equipamento encontrado escondido de baixo de sacas de açúcar em um navio norte-coreano interceptado enquanto cruzava o Canal do Panamá se tratava de armamento obsoleto de meados do século 20, que havia sido enviado para reparos. Autoridades panamenhas afirmaram que pode levar uma semana para que o navio seja vasculhado, uma vez que até o momento só um de seus cinco containers foram examinados. Eles pediram ajuda de inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU), junto à Colômbia e ao Reino Unido, disse Javier Carballo, procurador da divisão de narcóticos do Panamá. A Coreia do Norte é alvo de sanções da ONU, o que a impede de importar armas ou mísseis sofisticados. O presidente panamenho Ricardo Martinelli disse na terça-feira que o navio identificado como Chong Chon Gang, que havia partido de Cuba em direção à Coreia do Norte, estava carregando mísseis e outras armas "escondidas nos containers sob uma carga de açúcar". Martinelli publicou em sua página no Twitter uma foto mostrando um tubo verde que aparenta ser uma antena horizontal para o radar "Fan Song", usado para guiar mísseis disparados pelo sistema de defesa aérea SA-2 encontrado no antigo Pacto de Varsóvia (1955-1991) e nas nações aliadas da União Soviética (1922-1991), informou Neil Ashdown, analista de inteligência. "É possível que isso possa ser enviado à Coreia do Norte para atualizar suas capacidades de defesa aérea de alta altitude", disse Ashdown. A Coreia do Norte não fez comentários sobre a interceptação do navio, durante a qual 35 norte-coreanos foram presos após resistir aos esforços da polícia em reter a embarcação nas águas panamenhas na semana passada, segundo Martinelli. Ele disse que o capitão teve um ataque cardíaco e também tentou cometer suicídio. Mas o Ministério das Relações Exteriores de Cuba divulgou um comunicado na noite de terça-feira reconhecendo que o equipamento militar pertencia à nação caribenha, dizendo que ele havia sido enviado para ser consertado e devolvido à ilha. "Os acordos assinados por Cuba neste campo são amparados pela necessidade de manter a nossa capacidade defensiva a fim de preservar a soberania nacional", dizia o comunicado. Segundo o texto, a embarcação se dirigia à Coreia do Norte carregado em sua maioria com açúcar - 10 mil toneladas do produto - mas acrescentou que a carga também incluía 240 toneladas de "armamento defensivo obsoleto": Dois sistemas de mísseis antiaéreos Volga e Pechora, nove mísseis "em partes e peças", dois Mig-21 Bis e 15 motores para esses aviões. O comunicado concluiu dizendo que Havana permanece "inabalável" em seu compretimento à lei internacional, à paz e ao desarmamento nuclear. O Conselho de Segurança da ONU impôs quatro rodadas de sanções duras contra a Coreia do Norte desde o primeiro teste nuclear, realizado no país em 9 de outubro de 2006. Sob as atuais sanções, todos os Estados-membro da ONU estão proibidos de diretamente ou indiretamente fornecer, vender ou transferir todas as armas, mísseis ou sistemas de mísseis e equipamentos e tecnologia para fabricá-las na Coreia do Norte, com exceção de armas pequenas e leves. A mais recente resolução, aprovada em março após o terceiro teste nuclear de Pyongyang, autoriza todos os países a inspecionarem cargas que tenham como origem ou destino a Coreia do Norte caso um Estado possua uma informação crível de que tal carregamento possa violar as decisões do Conselho de Segurança.

Fonte: Último Segundo

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