Senado aprova novo projeto do FPE e envia à Câmara
Walter Pinheiro
O Senado aprovou na noite dessa terça-feira (18) o novo
projeto de lei que trata do cálculo para distribuição do Fundo de Participação
dos Estados (FPE). Após a votação de duas emendas que foram rejeitadas pelos
senadores, o projeto foi aprovado pelo plenário conforme apresentado na tarde
de ontem pelo relator, senador Walter Pinheiro (PT-BA). Para chegar a um
acordo, Pinheiro fez alterações em seu texto original, que foi rejeitado pela
Câmara dos Deputados na última semana. A primeira delas mudou a chamada trava
de população. Como a proposta de divisão do fundo levará em conta a população
do estado, Pinheiro propunha que as unidades federativas que tivessem população
muito baixa contassem com um piso de 1% no cálculo. Agora, com a
reivindicação dos estados da região Norte, a trava subiu para 1,2%. A mudança
atendeu à demanda dos estados de baixa densidade populacional e que dependem
mais das cotas do fundo. Outra trava que Pinheiro mudou, foi a que se refere à
renda da população do estado, que é outro fator de peso na nova divisão do
fundo. O senador propõe um mecanismo de redução na cota dos estados com
renda per capita mais alta que a média do país. Atendendo a pedidos dos
parlamentares do Sul e Sudeste, o relator aumentou de 71% para 72% o excedente
que poderão ter em relação à renda do restante do país antes que o redutor seja
aplicado às cotas desses estados. Walter Pinheiro também modificou a
proposta para que a transição para a nova fórmula seja mais suave, não
representando perdas imediatas a nenhum estado. Antes, a partir de 2016, o
valor das cotas do FPE seria corrigida pelo Índice de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) mais 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior. Agora,
será corrigido pelo IPCA mais 75% do PIB. A expectativa é que a Câmara aprove
o texto, também sem alterações, até a próxima semana, de modo a garantir o
cumprimento do prazo estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal para aprovação
de novas regras de distribuição do FPE. A primeira proposta aprovada pelo
Senado foi rejeitada pela Câmara por falta de quórum, o que provocou a
necessidade de apresentação do novo projeto que foi aprovado nessa
terça. O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou a distribuição atual do
FPE inconstitucional e determinou ao Congresso Nacional que aprovasse nova lei
modificando o cálculo de distribuição até o fim do ano passado. Como os
parlamentares não conseguiram cumprir o primeiro prazo, o ministro do STF
Ricardo Lewandowski concedeu mais 150 dias para a votação de novo projeto de
lei. O prazo vence no fim deste mês.
Fonte:
Tribuna do Norte
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