quarta-feira, 26 de junho de 2013

Plebiscito para Constituinte exclusiva é ato de grande insensatez, diz jurista


Oscar Vilhena 
A proposta de plebiscito sobre a convocação de uma Constituinte exclusiva sugerida pela presidente Dilma Rousseff nesta segunda-feira (24) gerou debate entre os juristas. Para os que defendem o rigor na interpretação da Carta, não há qualquer dispositivo que permita a medida. Para outros, as normas não podem impedir que sejam feitas as mudanças que o Congresso se recusa a enfrentar. O professor de Direito Constitucional da FGV-SP Oscar Vilhena destaca que não há protocolo para alterar a Constituição por plebiscito. “Isso é um ato político de grande insensatez. Seria um ato de ruptura constitucional”, afirma. Segundo ele, a presidente deveria encaminhar ao Congresso uma proposta de reforma que, após aprovada no legislativo, passaria por referendo. O jurista José Afonso da Silva ressalta que a realização da consulta popular dependeria de emenda constitucional por parte dos deputados e senadores. Ele aponta ainda que há muitos pontos controversos na reforma política, o que dificultaria a realização do plebiscito. “Qualquer reforma política tem que levar em conta duas exigências: a governabilidade e a representatividade”, avalia. Ele explica que o sistema mais favorável à governabilidade é o distrital puro, no qual o território brasileiro seria dividido em distritos. No entanto, dadas as dimensões continentais do país, seria difícil estabelecer a divisão. O sistema de representação proporcional beneficia a representatividade, mas – de acordo com o jurista – compromete a governabilidade, especialmente em um modelo de muitos partidos e de indisciplina partidária.

Fonte: Globo News

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