Bovespa despenca e atinge o menor nível desde agosto de agosto de 2011
O nervosismo externo contribuiu para
empurrar o principal índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo
(Bovespa) para o menor patamar desde agosto de 2011 nesta terça-feira,
diante de temores de que a era de abundantes estímulos monetários no
mundo possa estar perto do fim. O Ibovespa caiu 3,01%, a 49.769 pontos,
num pregão de giro financeiro de R$ 8,35 bilhões, acima da média diária
de 2013, de cerca de R$ 7,7 bilhões."O índice está
numa área complicada, caminhando para um suporte gráfico forte nos 48
mil pontos", disse o analista João Pedro Brugger, da Leme Investimentos,
em Florianópolis.O mau humor externo contaminou os
negócios na véspera dos vencimentos de opções sobre Ibovespa e do
índice futuro, que devem trazer ainda mais instabilidade aos negócios.
Investidores reagiram mal à decisão do banco central japonês de manter
inalterada sua política monetária, frustrando expectativas de novas
medidas de estímulo.Uma audiência na Alemanha sobre
a legalidade do programa de compra de títulos do Banco Central Europeu,
além dos crescentes temores de redução dos estímulos pelo Federal
Reserve, BC dos Estados Unidos, também azedaram os mercados.Ainda
assim, o tombo na Bovespa foi mais acentuado que o de Wall Street e das
bolsas europeias, por conta das persistentes preocupações com a
economia brasileira, segundo o sócio na Zenith Asset Management
Guilherme Sand, em Porto Alegre. "O cenário negativo aqui está muito bem
definido."Para Brugger, da Leme Investimentos,
embora os fundamentos econômicos no Brasil não sugiram melhora de curto
prazo para o mercado, o fraco desempenho do Ibovespa pode abrir espaço
para alguma reação - no ano, o índice acumula queda de cerca de 18%,
pior desempenho dentre os principais mercados acionários globais."A
bolsa está muito barata em termos relativos, é uma das que mais cai no
mundo. Por uma questão de preço, podemos ver uma reação", avaliou.A
queda do Ibovespa foi praticamente generalizada nesta sessão, com a
petrolífera OGX sendo a principal influência negativa, com queda
superior a 9%. Na noite de segunda-feira, a companhia informou que o
controlador Eike Batista vendeu 70,4 milhões de ações em maio, num total
de R$ 121,82 milhões. Em email a clientes, analistas do JPMorgan
avaliaram o evento como negativo, "com a venda refletindo uma possível
necessidade de caixa pelo acionista controlador".
Fonte: Portal Terra
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