Número de domésticas sobe 52% em 20 anos
O número de empregadas domésticas moradoras do Grande ABC aumentou
52% em 20 anos encerrados em 2012. E a maior parte desta expansão
ocorreu pelo lado positivo: o acréscimo de trabalhadoras registradas
puxou o resultado. Por outro lado, o grupo de profissionais sem a
carteira assinada encolheu no período. Segundo a PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) - Trabalho
Doméstico, publicada ontem pela Fundação Seade-SP, em 1992, cerca de
43.320 mulheres moradoras da região atuavam com serviços domésticos.
Vinte anos depois, esse grupo aumentou para 65.988 pessoas, salto de
22.668 empregadas. No dia 3 de abril, o governo federal publicou a
Emenda Constitucional que ampliou os direitos trabalhistas das
domésticas. No ano passado, a Fundação Seade-SP apurou que 21.776 mensalistas
atuavam com registro em carteira de trabalho, 33% do total no Grande
ABC. Esse número expandiu 259%, dadas as observações metodológicas da
pesquisa de que não foi possível captar todo o universo dessas
trabalhadoras na região. Em 1992, eram aproximadamente 6.064 mensalistas
registradas, ou 14% do total. Por outro lado, o grupo de 21.356 trabalhadores sem registro em 1992,
49% do total, caiu para 17.816 empregadas no ano passado, passando a
27% do universo. "Esse resultado mostra que a formalização aumentou neste período.
Isso é muito positivo, pois as trabalhadores passaram a ter mais
direitos, como o recolhimento ao INSS Instituto Nacional do Seguro
Social que garante aposentadoria e licença-maternidade", avaliou a
analista de mercado de trabalho da Seade-SP Leila Luiza Gonzaga. Ela
destacou ainda que esse movimento foi visto em todo o mercado de
trabalho da Região Metropolitana no período de comparação. "O que mostra
que as empregadas não ficaram para trás", diz. Além da expansão da formalização, o rendimento médio das
trabalhadoras teve aumento real de 85% em 20 anos encerrados em 2012.
Passou de R$ 430 para R$ 797. As empregadas mensalistas com carteira
assinada apresentaram a maior renda mensal no ano passado, de R$ 952,
seguidas pelas diaristas, com R$ 711, e depois as mensalistas sem
registro, com R$ 684. Leila pontuou que a jornada média semanal das domésticas também
diminuiu no período na Grande São Paulo, de 49 horas para 41 semanais. Maioria das mensalistas informais não contribui ao INSS. A analista de mercado de trabalho da Fundação Seade-SP Leila Luiza
Gonzaga disse que apesar dos pontos positivos apresentados pela
pesquisa, uma situação era alarmante até 2012 e deverá ser corrigida com
a Emenda Constitucional, que amplia os direitos trabalhistas das
domésticas. "A maioria das trabalhadoras que não tinham registro em
carteira de trabalho não contribuía com a Previdência Social. O grupo
que mais precisa, muitas vezes para não diminuir a renda, não estava
amparado", explicou. Segundo o estudo, na Região Metropolitana, na qual estão incluídas as
17.816 mensalistas que residem no Grande ABC e não têm carteira
assinada, 88,4% de, aproximadamente, 170.5 mil domésticas sem registro
não pagavam a contribuição por contra própria à Previdência. Por outro
lado, 100% das registradas contribuíam com a Previdência.
Fonte: Diário do Grande ABC - Matéria de Pedro Souza
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