quarta-feira, 6 de março de 2013


Após PIB fraco, Mantega reúne setores da economia e ouve pedidos


 Guido Mantega


Após o fraco desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado, quando foi registrado um crescimento de 0,9%, a pior taxa em três anos, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reuniu setores da economia nesta quarta-feira (6), em seu gabinete, e ouviu pleitos dos empresários, muitos deles antigos, para aumentar o crescimento neste ano. Estavam presentes representantes da indústria, do comércio, da agricultura, dos bancos, dos transportes e da saúde. Segundo o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga, há um otimismo maior neste ano. Ele projeta um crescimento de 3,5% para a indústria em 2013, mas avalia que, para isso, são necessárias novas medidas, como mudanças no Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que já estão sendo avaliadas pelo Congresso Nacional (com base em uma proposta do governo), além de flexibilização de regras trabalhistas que permitam uma maior terceirização do trabalho. "A economia ainda vai crescer baseada no consumo. A massa salarial e a renda estão crescendo, o desemprego está baixo e o crédito está em alta. A indústria vai crescer 3,5%. Mas para crescer isso, tem de ter mudança no ICMS e questões trabalhistas. Para chegar a 3,5%, tem uma agenda que precisa ser trabalhada, como a regulamentação da terceirização e novas desonerações de impostos", afirmou ele. Braga citou ainda a necessidade de se acabar com a cumulatividade do PIS e da Cofins – assunto que também está sendo analisado pelo governo. De acordo com o presidente da CNI, o ministro da Fazenda informou que está analisando incluir  novos setores no processo de desoneração da folha de pagamentos, como transportes e saúde. No setor de transportes, segundo ele, há "questões" com caminhoneiros. Segundo a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Katia Abreu, todas as confederações presentes demonstraram um otimismo maior com o desempenho da economia neste ano. "No setor agropecuário, por exemplo, nossa expectativa é de superar 4% do crescimento neste ano. Todas as ações tomadas no ano passado [desonerações e medidas de competitividade, como aumento do dólar e queda dos juros], julgamos que neste ano terão uma ótima repercussão", afirmou ela. A senadora citou, porém, alguns entraves para o crescimento do país, como as distintas legislações, e diferentes alíquotas cobradas pelos estados no caso do ICMS. "Não é mais suportável conviver com taxas e alíquotas de ICMS tão diferentes em cada estado e região. Estão tornando o país e a produção insustentável", declarou, pedindo urgência na votação do texto que está no Senado Federal sobre o assunto. Ela pediu também a possibilidade de terceirização da mão de obra e a importância do aumento dos investimentos. Somente em infraestrutura, Katia Abreu citou a necessidade de R$ 500 bilhões em investimentos para resolver os problemas existentes em estradas, ferrovias, portos, hidrovias, energia e gás. "Também é preciso desburocratizar o Fisco [Receita Federal]. Não é nem a carga tributária. É o inferno que virou a vida das pessoas, profissionais liberais, para pagar seus tributos. É quase uma relação de rei para súdito. Os súditos não têm direito a defesa, e a reclamação. A Receita não reconhece a democracia que foi instalada no Brasil. Precisa de uma revisão nestes processos burocráticos", concluiu ela.

Fonte: Globo.com - Matéria de Alexandro Martello

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