Dívida Pública Federal volta a subir em fevereiro, mas não supera R$ 2 tri
A dívida pública
mobiliária (em títulos públicos) interna subiu de R$ 1,838 trilhão para
R$ 1,864 trilhão. Isso ocorreu porque, no mês passado, o Tesouro emitiu
R$ 10,43 bilhões em títulos a mais do que resgatou. Além disso, houve o
reconhecimento de R$ 15,9 bilhões em juros. O reconhecimento ocorre
porque a correção que o Tesouro se compromete a pagar aos investidores é
incorporada gradualmente ao valor devido. A dívida pública
externa encerrou fevereiro em R$ 87,49 bilhões, queda de 0,63% em
relação a janeiro, quando tinha atingido R$ 88,04 bilhões. A redução foi
puxada pela queda de 0,65% do dólar no mês passado. Em janeiro, a
Dívida Pública Federal tinha caído por causa da concentração de
vencimentos de papéis prefixados, típica do primeiro mês de cada
trimestre. Sem a influência desse fator, a DPF voltou a subir em
fevereiro. Segundo estimativas do próprio Tesouro, a DPF subirá
gradualmente nos próximos meses até encerrar o ano entre R$ 2,1 trilhões
e R$ 2,24 trilhões. A primeira vez que a DPF ultrapassou R$ 2 trilhões
ocorreu em dezembro, quando havia encerrado o mês em R$ 2,008 trilhões. A
participação dos papéis prefixados (que têm a taxa de juros definida no
momento da emissão) na dívida interna subiu levemente, de 37,70% em
janeiro para 38,16% em fevereiro. A fatia dos títulos vinculados a taxas
flutuantes, como a Selic (taxa de juros básicos da economia), também
aumentou de 23,82% para 24,08%. A participação dos títulos
corrigidos pela inflação caiu de 37,70% para 37,18%. A parcela da dívida
interna vinculada ao câmbio também apresentou queda, de 0,78% para
0,57%. Esses números levam em conta as operações de swap pelo Banco
Central, que equivalem a operações de compra ou venda de dólar no mercado futuro e têm impacto na dívida pública. Com taxas definidas com antecedência, os títulos prefixados são preferíveis para o Tesouro Nacional,
porque dão maior previsibilidade à administração da dívida pública. Em
contrapartida, os papéis vinculados à Selic representam mais risco,
porque pressionam a dívida para cima nos ciclos de alta dos juros
básicos. O prazo médio da DPF caiu de 4,16 anos em
janeiro, para 4,13 anos em fevereiro. O Tesouro Nacional não divulga o
resultado em meses, apenas em anos. A participação dos vencimentos nos
próximos 12 meses, no entanto, também caiu de 25,24% para 25,15%. Prazos
mais longos são favoráveis ao Tesouro porque dão ao governo mais tempo
para planejar e executar as operações de rolagem (renegociação) da dívida pública. Por
meio da dívida pública, o governo pega emprestado recursos dos
investidores para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a
devolver os recursos com alguma correção, que pode ser definida com
antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da
taxa Selic, da inflação ou do câmbio.
Fonte: Jornal do Brasil
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