Coreia do Norte eleva tensão em resposta às sanções da ONU
ONU
A tensão na península coreana atingiu nesta sexta-feira níveis
extremamente altos após a Coreia do Norte responder às últimas sanções
da ONU com o anúncio de que romperá o cessar-fogo assinado há seis
décadas com o Sul em uma renovada ameaça de ataque nuclear. A Coreia do Norte "anulará na segunda-feira todos os acordos de não
agressão feitos entre o Norte e o Sul" após a Guerra da Coreia
(1950-1953), disse o regime de Kim Jong-un em um comunicado que eleva
mais um pouco o discurso desta semana. A agressiva campanha, que incluiu ameaças como cortar a linha de
comunicação com o Sul e realizar ataques militares "sem piedade",
alcançou seu ponto máximo hoje, um dia depois da ONU ampliar suas
sanções contra Pyongyang. Com aprovação unânime dos quinze membros do Conselho de Segurança e
impulsionada pelos Estados Unidos e a China, a resolução endurece as
sanções que já pesavam sobre as autoridades da Coreia do Norte por seu
programa nuclear e estabelece novas restrições, especialmente de caráter
financeiro. A resposta norte-coreana de abandonar o armistício de 1953, anúncio
que causou preocupação em Seul ao não existir precedentes como este nas
últimas seis décadas de rivalidade, deixa em dúvida se o militarizado
país comunista pode chegar a tomar medidas reais nas próximas semanas. Fontes do Exército da Coreia do Sul advertiram sobre a possibilidade
de uma agressão norte-coreana ao longo dos 248 quilômetros da Zona
Desmilitarizada que divide os dois países ou na fronteira marítima, onde
Pyongyang já matou quatro sul-coreanos no bombardeio contra Yeonpyeong,
em 2010. A imprensa norte-coreana mostrou hoje o jovem líder Kim Jong-un
enquanto inspecionava na quinta-feira as unidades militares responsáveis
pelo ataque de artilharia à ilha sul-coreana e pedia que seus soldados
ficassem prontos para a batalha. Uma porta-voz do Ministério da Unificação sul-coreano disse à Agência
Efe que a Coreia do Norte "legalmente não pode revogar o armistício, já
que o acordo requer a conformidade de ambas as partes para sua
anulação". A funcionária confirmou no entanto que o ministério encarregado das
relações com o Norte "permanece em alerta máximo" em relação ao país
vizinho, embora não se saiba suas reais intenções. Quanto aos motivos da elevada agressividade mostrada nestes dias por
Pyongyang, a porta-voz e outros especialistas acreditam que poderia se
tratar de uma estratégia para reforçar a coesão interna e conseguir um
maior impacto no exterior como resposta às sanções da ONU. Além de anunciar a iminente ruptura do cessar-fogo, a Coreia do Norte
assegurou hoje que possui mísseis de longo alcance com ogivas nucleares
capazes de transformar em "um mar de fogo" Washington e outros centros
nevrálgicos dos Estados Unidos e seus aliados. Apesar da aparente gravidade da ameaça, analistas internacionais
acham que o regime não tem tecnologia necessária para instalar ogivas
nucleares em seus mísseis de meio e longo alcance. O Ministério da Defesa de Seul assegurou hoje que "se a Coreia do
Norte atacar o Sul com uma arma nuclear o regime de Kim Jong-un
desaparecerá da terra" pela contundente resposta internacional. Neste panorama, o poderoso Exército Popular da Coreia do Norte
intensificou suas manobras na frente ocidental, com Seul e arredores sob
a mira, e a próxima semana suas forças de terra, mar e ar poderiam
realizar um exercício militar de grande escala, segundo fontes militares
sul-coreanas. Já a Coreia do Sul e os EUA estão realizando desde 1º de março até 30
de abril manobras militares conjuntas, que foram bastante condenadas
por Pyongyang. Os EUA mantêm 28.500 soldados na Coreia do Sul e defende seu aliado
desde a Guerra da Coreia, que terminou com um armistício e não com um
tratado de paz, o que significa que o conflito nunca terminou
completamente.
Fonte: Portal Terra
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