ONU denuncia que assentamentos israelenses violam os direitos palestinos
ONU
A comissão internacional patrocinada pela ONU para
investigar o impacto dos assentamentos israelenses nos territórios
ocupados denunciou hoje que esta prática viola "de diversas maneiras" os
direitos humanos da população palestina. Estas violações "estão
interrelacionadas e fazem parte de uma pauta geral de infrações
caracterizadas principalmente pela negação do direito de
autodeterminação e a discriminação sistemática contra o povo palestino,
algo que ocorre diariamente". "Em cumprimento do artigo 49 da
Quarta Convenção de Genebra, Israel deve pôr fim a todas as atividades
de assentamento incondicional prévias", disse a presidente da comissão
internacional, a francesa Christine Chanet. A comissão apresentou
suas primeiras conclusões dois dias depois que Israel decidiu não se
submeter a seu exame periódico perante o Conselho de Direitos Humanos da
ONU em protesto justamente contra a criação deste grupo internacional
de juristas. O relatório assinala que desde 1967 os Governos
israelenses "dirigiram abertamente, participaram e tiveram um controle
pleno sobre o planejamento, construção, desenvolvimento, consolidação e
promoção dos assentamentos em território palestino". Esses
assentamentos, assinala o documento, foram criados "para o exclusivo
benefício dos israelenses judeus", e se mantêm e se desenvolvem "através
de um sistema de segregação total entre os colonos e o resto da
população dos territórios ocupados". "Este sistema de segregação é
respaldado e facilitado por um controle militar e legal estrito em
detrimento dos direitos da população palestina", acrescenta a comissão
no texto. "Pedimos ao Governo de Israel que garanta que haverá uma
plena prestação de contas por todas as violações, a que ponha fim à
política de impunidade e que garanta a justiça para as vítimas", disse o
paquistanês Asma Jahangir, membro do grupo. O terceiro membro da
comissão, a botsuanesa Unity Dow, declarou que "a magnitude das
violações relacionadas com as políticas israelense de expropriações,
despejos de inquilinos, demolições e deslocamentos do território
demonstram a natureza estendida e generalizada destas violações dos
direitos humanos". "A motivação que existe por trás da violência e
da intimidação contra os palestinos e suas propriedade é forçar as
povoações locais a deixarem suas terras, permitindo a extensão dos
assentamentos", acrescentou a jurista africana. O relatório lembra
que o Estatuto de Roma estabelece a jurisdição do Tribunal Penal
Internacional (TPI) sobre a mudança da população civil nos territórios
palestinos ocupados. As conclusões da comissão, que não recebeu a
permissão israelense para visitar os assentamentos, serão apresentadas
na próxima sessão plenária do Conselho de Direitos Humanos, que será
realizada de 25 de fevereiro a 22 de março.
Fonte: Portal Terra
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