Governo vai aumentar mistura de álcool na gasolina para aliviar preço
Guido Mantega
O governo anunciou que vai aumentar a mistura de álcool na gasolina. O
objetivo é aliviar a alta dos combustíveis para o consumidor. Na
quarta-feira (30), foram registrados aumentos de até 10% nas bombas.
É o que o governo espera: uma forma de tentar atenuar o impacto do
reajuste de 6,6% da gasolina nas refinarias. Afinal, com mais etanol no
combustível, a mistura fica mais barata. O que não tem muita lógica é o que já aconteceu. O governo falava em um
reajuste menor nas bombas, mas alguns postos já repassaram para as
bombas todo o aumento autorizado para as refinarias. O ministro da Fazenda fez as contas, e disse que o reajuste de 6,6% no
preço da gasolina ficaria restrito às refinarias. Nas bombas, o preço ia
subir menos. “Só deve repassar 4,4%, e isso é menos que a inflação. É
uma pequena correção que não vai atrapalhar ninguém”, afirma o ministro Guido Mantega. Em um posto, em Curitiba, o aumento chegou a 6%. Em outro, em Brasília,
a gasolina passou de R$ 2,85 para R$ 3,04. Aumentou exatamente 6,6%. “É um absurdo. Nosso país que diz ser autosuficiente, mas R$ 3,04 o
combustível não tem condição”, diz Diogo Silva, comerciante. “Ficou muito caro, aumentou muito”, afirma um homem. Uma medida anunciada pelo governo nesta quarta-feira pode ajudar a
derrubar o preço nas bombas. A mistura de álcool combustível, etanol, na
gasolina vai aumentar de novo, de 20% para 25%, mas em maio. O governo pretendia aumentar a mistura só a partir de junho, mas
antecipou em um mês a mudança exatamente para tentar amenizar o impacto
do reajuste da gasolina. No ano passado, houve a mesma autorização, que
acabou não dando certo porque faltou etanol para atender à demanda, e a
mistura foi novamente reduzida para 20%. O ministro de Minas e Energia diz que agora o setor estaria preparado
para aumentar a produção de 22 para 27 bilhões de litros de etanol. “O
setor nos garantiu de mãos juntas que dará conta. Se não der conta,
teremos que alterar o prazo para 1º de junho, e não 1º de maio”, afirma Edison Lobão. Já sobre o reajuste nas bombas, o ministro Edison Lobão disse que a
Agência Nacional do Petróleo vai ser rigorosa na fiscalização. Lembrou
que o mercado é livre, mas não deve passar do limite do razoável.
Fonte: Globo.com
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