quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Eleição na Câmara deve confirmar favorito, apesar de denúncias

 
Henrique Eduardo Alves  

O nome do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), candidato à presidência da Câmara, deve ser confirmado para o cargo para os próximos dois anos no dia 4 de fevereiro. A confirmação deve correr sem percalços, apesar de o parlamentar enfrentar uma série de "imprevistos" em sua caminhada rumo à presidência da Casa legislativa. Uma denúncia do jornal Folha de S.Paulo pode abalar um pouco os planos do peemedebista. Segundo reportagem da publicação, Alves destinou emendas que abasteceram empresa de Aluízio Dutra de Almeida, um de seus assessores, afastado após a divulgação do fato. Autoridades do Palácio do Planalto, que apoia a candidatura do deputado, estão proibidas de comentar o assunto. Outras denúncias contra o peemedebista expõem, na opinião de colegas de partido do deputado, um racha na legenda - demonstrando, inclusive, que a indicação de Henrique Eduardo Alves para a presidência da Casa no lugar de Marco Maia (PT-RS) não é unânime. Aliados do deputado alegam que as denúncias são fruto de "fogo amigo" - ou seja, denúncias divulgadas por parlamentares do próprio PMDB com o objetivo de enfraquecer a campanha de Alves. Além da Folha, a revista Veja também publicou reportagem informando que Henrique Eduardo Alves teria alugado carros da empresa Global Transportes, no Distrito Federal, que teria o ex-assessor do PMDB César Cunha no comando. Já o jornal O Estado de S.Paulo divulgou que o deputado estaria interferindo em uma investigação do Ministério Público contra ele próprio a respeito da manutenção de dinheiro fora do País ilegalmente. A eleição da Mesa está marcada para o dia 1º de fevereiro, uma sexta-feira, mas foi adiada para o dia 4 por acordo entre os líderes - mesmo dia em que recomeçarão os trabalhos legislativos. Além das denúncias, Henrique Eduardo Alves, que conta com apoio do próprio partido, além de PT, PDT, PR, PP, PCdoB e PSDB, terá que enfrentar o descontentamento dos colegas com a continuidade do PMDB no comando da Casa (pelo regimento, o partido com a maior bancada - no caso, o PMDB - tem o direito de indicar o candidato para a presidência da Mesa Diretora).Uma delas é a atual vice-presidente da Mesa e colega de partido, Rose de Freitas (ES). A parlamentar promete dar voz ao chamado "baixo clero" da Câmara - deputados cujas opiniões e posições políticas geralmente divergem dos líderes partidários. Caso eleita, Rose promete trabalhar pela votação de temas polêmicos, como o fim dos 14º e 15º salários e a reforma política. Alguns desses temas, apesar da grande aceitação popular, encontram resistência entre os colegas, o que pode dificultar a eleição de Rose de Freitas, já que a votação é feita pelos próprios deputados de forma secreta. Rose foi desestimulada a lançar candidatura independente pelo vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer, amigo de Henrique Eduardo Alves, que confidenciou várias vezes aos colegas a disposição para ocupar a presidência da Câmara. Quando deputado, Temer sempre concorria - e vencia - a disputa como candidato do partido. Além de Rose, Alves terá de enfrentar Júlio Delgado (PSB-MG), que lançou candidatura independente. Para tentar vencer a disputa sem contratempos, o parlamentar deverá convencer os colegas da Casa e, para isso, vai se reunir com deputados ao longo das próximas duas semanas. Apesar do favoritismo, o baixo clero da Câmara já surpreendeu, alçando à presidência candidatos que corriam por fora. É o caso de Severino Cavalcanti (PP-PE), eleito em 2005. Além de temas polêmicos da própria Câmara, o eleito deverá administrar diferenças com o Judiciário no caso do mensalão. Quando acabar a fase de recursos e o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar a cassação dos mandatos de quatro deputados envolvidos no esquema, o novo presidente da Câmara deverá cumprir a ordem da suprema corte. O deputado está no 11º mandato consecutivo na Câmara dos Deputados, onde ingressou aos 22 anos, em 1970. O pai, Aluízio Alves, foi cassado pelo Ato Institucional número 5, em 1969. Henrique Eduardo Alves é líder do PMDB na Câmara desde 2007. Para conseguir a indicação formal à presidência da Casa, Henrique Eduardo Alves teve de vencer a resistência da presidente Dilma Rousseff. Apesar de pertencer a um partido aliado à base do governo petista, em algumas ocasiões Alves brigou, nos bastidores, por posições contrárias à do Planalto. Foi o deputado quem incluiu o debate sobre a divisão dos royalties numa das leis do marco regulatório do pré-sal - discussão que até hoje está travada no Congresso, já que Dilma vetou o novo modelo de distribuição aprovado pelos parlamentares. Inconformados, deputados e senadores ameaçaram derrubar o veto presidencial, o que implicou, inclusive, na interferência do STF no debate. Alves também contrariou ordens do Palácio durante a votação de pontos do Código Florestal.


Fonte: Portal Terra - Matéria de Luciana Cobucci - Direto de Brasília

 

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