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Royalties: governadores se mobilizam pela derrubada de vetos de Dilma

  Dilma Rousseff

Está aberta a guerra de 24 governadores contra dois. A estratégia dos governadores de estados não produtores para tentar derrubar o veto da presidente Dilma Rousseff, que joga para o futuro a nova repartição dos royalties do petróleo, foi traçada nesta terça-feira em Brasília. Os 18 governadores presentes no encontro decidiram focar a luta no Congresso para derrubar o veto. Se não conseguirem, vão centrar fogo para mudar a medida provisória (MP) editada pelo governo para disciplinar o veto e destinar 100% dos royalties para a Educação. Hoje mesmo o governador do Acre, Tião Viana (PT), comunicaria a Dilma a ação dos governadores de estado não produtores. Amanhã três governadores se reúnem com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para pedir a inclusão da apreciação do veto na pauta, em regime de urgência, com o apoio de 1/3 da Câmara e 1/3 do Senado. - Somos 24 governadores contra dois. 175 milhões de brasileiros nos apoiam contra 25 milhões. Temos condições de derrubar o veto e queremos fazer isso antes do Natal. Será nosso presente de Natal para todos os brasileiros, não só para cariocas e capixabas. Somos educados e o Tião Viana vai comunicar a presidente Dilma que a queda de braço não é com ela. E ela vai até nos agradecer. Fez essa média para agradar Rio e Espírito Santo mas vamos tirar isso dos ombros dela - disse o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB). Isolado, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB-ES), acabou se encontrando com os governadores pró-derrubada do veto em um evento no Ministério do Turismo. - Não é um cabo de guerra contra o Planalto ou a Dilma. Nossa guerra será no Parlamento. Com o apoio de 24 governadores, acho que temos chances de derrubar o veto. Se o veto cair, a MP fica comprometida. Temos que derrubar o veto e depois ver como fica a MP - disse Tião Viana. Um dos líderes do movimento, Cid Gomes (PSB), do Ceará, reuniu os companheiros na representação do governo do seu estado pela manhã, mas as ações continuam nos próximos dias. Cid nega que tenha quase provocado um acidente aéreo ao atravessar a pista do aeroporto de Salvador para abraçar a presidente Dilma, que agora fez o veto para agradar os governadores Sérgio Cabral (RJ) e Casagrande (ES). - Não me sinto traído! Eu só falei com a Dilma aquele dia pela manhã. Essa estória de que eu papariquei a Dilma é uma inverdade! Não papariquei Dilma e isso é uma absoluta mentira. Não me sinto traído por ela. O que disse é que ela foi induzida ao erro. Sobre o incidente do aeroporto eu só falo em juízo! - disse Cid Gomes. A maioria dos governadores presentes se manifestou a favor da destinação de 100% dos recursos dos royalties para a Educação. Renato Casagrande também apóia a MP, mas admite que é preciso discutir a destinação para ensino fundamental e outras áreas, como Ciências e Tecnologia. - Eu acho que no final isso vai acabar flexibilizando para ficar ai em torno de 75% para educação e 25 para discricionariedade. Mas eu pessoalmente sou simpático á destinação total para educação. Se começar a abrir para isso e mais isso, tira o foco. Focar é bom - disse o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT-BA).

Fonte: Agência O Globo - Por Mônica Tavares