Cachoeira recorrerá de decisão sobre condenação
Carlinhos Cachoeira
A defesa do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira,
terá cinco dias para recorrer da decisão que o condenou a cinco anos de
prisão em regime semiaberto. A prisão foi decidida pela Justiça Federal
do Distrito Federal, dentro do julgamento da operação Saint Michel. Na
terça-feira (20), Cachoeira conseguiu suspender sua prisão e deixou o
presídio da Papuda, em Brasília, onde estava desde fevereiro. A
Justiça do Distrito Federal mandou soltar Carlinhos Cachoeira no início
da noite de terça, depois de nove meses de prisão. A juíza Ana Cláudia
Barreto, da 5ª Vara Criminal de Brasília, revogou a prisão provisória
imposta ao contraventor a partir da Operação Saint Michel, que apurou
tentativa de fraude em licitação do governo local. Ao
estabelecer a sentença na ação, no entanto, a juíza condenou Cachoeira a
cinco anos de reclusão, mais 50 dias multa (cerca de R$ 3 mil) pelos
crimes de formação de quadrilha e tráfico de influência. A mulher de
Cachoeira, Andressa Mendonça, chegou por volta das 23 horas de terça à
penitenciária da Papuda. Da prisão, foram para Goiânia. O
advogado de Cachoeira, Antônio Nabor Bulhões, disse nesta quarta-feira
(21) que entrará com uma petição de apelação e depois oferecerá as
razões para questionar a decisão da Justiça. Bulhões disse que a
operação Saint Michel, que apurou irregularidades na licitação do
sistema de bilhetagem do transporte público do DF, não apresentou provas
de que Cachoeira tenha integrado uma quadrilha, como avaliou a Justiça.
"Afirmava-se que Carlinhos Cachoeira tinha tentado tomar de assalto a
administração do Distrito Federal e nada disso se confirmou. A operação
Saint Michel fez buscas e apreensões e efetuou quebra de sigilo, mas só
verificou que havia a prospecção de um negócio para operar o sistema de
transporte. Uma licitação estava aberta a qualquer grupo econômico
interessado. Não houve formação de quadrilha ou tráfico de influência",
disse o advogado. "Ontem fui certificado da revogação da prisão e agora
terei cinco dias para entrar com a petição de apelação e oito dias para
oferecer as razões dessa apelação. Poderei fazê-lo na primeira instância
ou no tribunal". Na
interpretação do advogado, Cachoeira (que estaria na residência da
família, em Goiânia) está em liberdade e não cumprindo pena em regime
semiaberto. "Ele tem o direito de recorrer da sentença em liberdade e só
estaria cumprindo a pena se a sentença tiver trânsito em julgado",
disse o advogado.
Fonte: DIÁRIO DO GRANDE ABC
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