segunda-feira, 29 de outubro de 2012

  Lula é maior vencedor em 2012
Lula

O saldo das eleições municipais em 5.568 cidades mostra apenas dois partidos relevantes com um acréscimo de prefeituras: o PT e o PSB. Mas os petistas são os maiores vencedores por terem reconquistado a cidade de São Paulo. E no universo do Partido dos Trabalhadores é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quem mais faturou.  A vitória de Fernando Haddad contra o tucano José Serra foi arquitetada única e exclusivamente por Lula. Por causa do seu “dedaço”, o ex-presidente da República de 2003 a 2010 foi contestado por parte do establishment petista. Não se importou. Escanteou um nome natural para essa disputa, que era o da senadora (hoje ministra da Cultura) Marta Suplicy (PT-SP). Mesmo quando o projeto teimava em não decolar, Lula não arredou pé. Pressionou a presidente Dilma Rousseff a entrar na campanha de Haddad de maneira explícita quando o petista estava ainda em terceiro lugar. Foi uma manobra arriscada. Haddad registrava o pior desempenho nas pesquisas entre todos os candidatos do partido nas últimas décadas na capital paulista. Ao final, Lula provou que estava certo. Acabou emprestando também a Dilma uma parte da vitória. Ao atender aos apelos de seu antecessor, a atual ocupante do Planalto contrariou o discurso de que estaria muito distante do “PT de raiz”. Dilma se engajou. Gravou depoimentos, subiu em palanques e até cantarolou jingles. Por ocasião do 7 de Setembro, fez um discurso à nação no qual atacou o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Incendiou a militância petista nas redes sociais. A presidente da República sai do processo mais petista do que entrou –ela começou sua vida partidária no PDT do Rio Grande do Sul, seguidora de Leonel Brizola (1922-2004). Nunca houve risco real de o PT negar a legenda a Dilma para que ela dispute a reeleição em 20914. Mas agora o caminho se tornou muito mais suave. É claro que o PT também sofreu derrotas. Campinas, Salvador, Fortaleza e Diadema, para citar 4 municípios relevantes. Mas mesmo esses reveses ficam minimizados diante da vitória em São Paulo. É possível encontrar em algumas análises a interpretação de que Eduardo Campos é um dos grandes vencedores desta eleição, ao lado do PT e de Lula. É uma interpretação correta. Só que não são vitórias com a mesma octanagem. Campos e o seu PSB ainda representam um grupo político muito menos sólido do que Lula e o petismo. No mais, o PSB conseguiu bons resultados no Sul e no Sudeste. Ocorre que ainda está longe de ser uma agremiação com militância estabelecida nessas regiões do país. Tudo considerado, é claro que Eduardo Campos tem interesse em ser presidente da República. Mas só será candidato em 2014 em condições muito especiais que não existem neste momento –uma derrocada completa da economia e uma queda brusca na popularidade de Dilma. O cenário ainda mais provável para o PSB e para Eduardo Campos é que acabem ficando no governo Dilma “acumulando forças”, como se dizia antigamente. Sua maior aposta pode ser em 2018.

Fonte: Tribuna de Hoje

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