Após condenação, Genoino deixa cargo na Defesa e se diz indignado
José Genoino
O ex-presidente do PT José Genoino anunciou nesta quarta-feira que
deixa o cargo de assessor que ocupa no Ministério da Defesa após sua
condenação na ação penal do chamado mensalão no Supremo Tribunal
Federal. Genoino declarou-se indignado com a decisão do Supremo e disse
ser vítima de "injustiça monumental".
Em carta aberta lida a jornalistas na sede do PT em, São Paulo,
Genoino também disse que se dá ao direito de discutir "aberta e
democraticamente" a decisão de sete ministros do STF que o consideraram
culpado de corrupção ativa no julgamento do mensalão. "Retiro-me do governo com a consciência dos inocentes. Não me
envergonho de nada. Continuarei a lutar com todas as minhas forças por
um Brasil melhor, mais justo e soberano, como sempre fiz", disse o
ex-dirigente petista em sua carta.
"A Corte errou. A Corte foi, sobretudo, injusta. Condenou um
inocente. Condenou-me sem provas", afirmou. Genoino, que além de
presidente do PT foi deputado federal por São Paulo, disse ainda que o
julgamento do mensalão "transformou ficção em realidade". Disse também que ele acontece "matematicamente" ao mesmo tempo
que as eleições municipais e que é parte de uma "campanha de ódio"
contra o PT.
"Esse julgamento ocorre em meio a uma diuturna e sistemática
campanha de ódio contra o meu partido e contra um projeto político
exitoso, que incomoda setores reacionários incrustados em parcelas dos
meios de comunicação, do sistema de Justiça e das forças políticas que
nunca aceitaram a nossa vitória", disse. "Nessas condições, como ter um julgamento justo e isento?", questionou.
Genoino elaborou a carta em conjunto com seu advogado Luiz
Fernando Pacheco na manhã desta quarta. Segundo Pacheco, o ex-deputado
considerou ser necessário manifestar sua indignação com a decisão e
decidiu deixar o cargo na Defesa para não constranger o governo da
presidente Dilma Rousseff. O ex-presidente petista contou com a solidariedade de membros do
diretório nacional do partido, que garantiram apoio total ao colega.
Fonte: Agência Reuters Brasil
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