Mensalão: STF retoma voto com análise da gestão do Banco Rural
Joaquim Barbosa
O Supremo Tribunal Federal retoma nesta segunda-feira (3) a votação do processo do mensalão. Agora, estão sendo analisadas as acusações de gestão fraudulenta no Banco Rural. O ministro relator, Joaquim Barbosa, começou a ler o voto dele na última quinta feira, mas deve concluir a leitura nesta segunda, condenando ou não os réus. Nessa segunda fase está em julgamento o chamado núcleo financeiro do mensalão. Segundo o Ministério Público, o Banco Rural alimentou o esquema, simulando empréstimos para empresas de Marcos Valério e para o PT. Dinheiro, sempre segundo o Ministério Público, distribuído a políticos. São quatro réus, os dirigentes do Banco Rural na época do mensalão, julgados por gestão fraudulenta. Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Ayanna Tenório e Vinicius Samarane.“Ainda há espaço para que os advogados apresentem novos argumentos, o chamado memorial. Alguns advogados pretendem apresentar memoriais, embora os que já tenham sido apresentados não tiveram resultado algum. Essa intenção de defensores revela o quanto eles estavam otimistas a ponto de deixarem de lado alguns argumentos, ou até a ênfase que deveria ser dada a eles. Agora, o advogado de José Dirceu, disse que é assustador o que apresentou o procurador-geral. No julgamento de hoje, por exemplo, dois ex-ministros da Justiça, Márcio Thomas Bastos e José Carlos Dias, que defendem ex-diretores do Banco Rural, querem atenuar a acusação de gestão fraudulenta para gestão temerária. Reconhecer gestão temerária também revela essa mudança entre a defesa, que começou otimista, mas foi encolhendo ante os votos da maioria do Supremo. Há advogado que reconhece que já não há nem espaço para memorial”, diz Alexandre Garcia. E a partir de agora o Supremo passa a julgar o mensalão apenas com dez ministros, por causa da aposentadoria compulsória de Cézar Peluso. “Os próprios ministros já falam em voto de minerva, no caso de um empate. Falar em empate agora parece estranho ante dos nove a dois do julgamento de João Paulo Cunha. Mas procede porque, afinal, ainda há a maior parte das fatias a serem julgadas e, se houver empate, o ministro presidente, Ayres Britto, um homem de hábitos que valorizam o poder do pensamento, vai ter que literalmente pensar duas vezes. Ao dividir em fatias o seu relatório, o ministro Joaquim Barbosa, além de dominar cinco línguas e dois instrumentos musicais, demonstrou ser também um exímio estrategista. Na primeira parte foi buscar a origem da moeda que moveu o mensalão. E a maioria dos votos do Supremo demonstra, até agora, que não foi doação de campanha, nem empréstimo bancário, nem recurso partidário, mas dinheiro do público, da Câmara Federal e do Banco do Brasil, o que já leva às fatias seguintes um dado já demonstrado”, afirma Alexandre Garcia. Concluído o voto do ministro Joaquim Barbosa, o revisor, Ricardo Lewandowski, vota sobre o mesmo capítulo. E depois os demais ministros.
Fonte: Televisão Globo - Bom Dia Brasil
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