terça-feira, 17 de julho de 2012


ROSANE COLLOR DEVE R$ 36 MIL E RECLAMA PENSÃO MAIOR DO EX
 ROSANE COLLOR

A ex-primeira-dama Rosane Brandão Malta, ex-mulher de Fernando Collor de Mello, tem mais a limpar do que o próprio nome na história política do país. Com o nome sujo na praça, Rosane deve R$ 36.031. A maior parte da dívida se refere a uma pendência financeira com um fundo de investimentos, o PCG Brasil Multicarteira, no valor de R$ 24.031, reclamada em 4 de dezembro de 2008. Os outros R$ 12 mil são devidos a uma empresa de serviços de Maceió, cobrados judicialmente no dia 13 de maio de 2009, conforme consta em registro no 2º Cartório de Protestos de Títulos e Letras da capital alagoana. — Vivo com o que posso. Minha casa não tem telefone fixo. Collor cortou o pagamento há uns quatro anos e o celular de empresa que usava, há três meses — afirma ela, que teve negado seu pedido de gratuidade na Justiça num processo contra o ex, que lhe cortou a TV a cabo e a linha telefônica em 2008. Nos dois casos, ela contraiu as dívidas ainda quando assinava Rosane Malta Collor de Mello. Neste domingo, ela ressurgiu ao conceder uma entrevista ao “Fantástico”, da Rede Globo, na qual revela que Fernando Collor realizava rituais de magia negra na Casa da Dinda, a residência oficial do casal em Brasília em seus tempos de presidente, entre 1989 e 1992, ano em que foi cassado pelo Congresso Nacional. Rosane confirma ainda que o ex-tesoureiro da campanha presidencial, Paulo César Faria, costumava tomar café-da-manhã com Collor e que cobra do ex-marido uma pensão maior. Hoje, ela ganha R$ 18 mil. O impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992, acabou com a República de Alagoas e com o reinado de Rosane Collor, que deixou de participar de recepções ao lado de reis e princesas e, hoje, separada do senador pelo PTB, não só acha pouco os R$ 18.660 de pensão que recebe dele como cita a família de uma desafeta, Thereza Collor (viúva de Pedro Collor, que detonou as investigações que culminaram no afastamento do irmão da Presidência), para justificar sua briga na Justiça com o ex. Segundo ela, o pai de sua ex-cunhada, o usineiro João Lyra, manteria suas ex-mulheres com R$ 40 mil mensais para cada: — João Lyra passa dois, três anos com uma mulher e lhe dá pensão de R$ 40 mil. Procurado, Lyra não foi localizado. Questionada sobre os 30 salários mínimos que ganha por mês, Rosane responde com o patrimônio de Collor — composto sobretudo por um grupo de comunicação liderado pela TV Gazeta, em Alagoas: — Quem vive com salário mínimo, amém. Se ganham R$ 20 mil, amém. O que não é justo é eu receber R$ 18 mil de uma pessoa que é ex-presidente, senador da República, dono de rádios, jornal. Rosane ainda foi criticada por tratar como magia negra os rituais africanos realizados por Collor. — Por que ela não falou isso na época? Por que agora, como evangélica, ela coloca isso sem explicar? — questiona o babalaô Ivanir dos Santos, da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa.Também procurado por telefone, Collor não quis se pronunciar. Presidente da Câmara dos Deputados à época do impeachment de Collor, o ex-deputado Ibsen Pinheiro desdenha de Rosane e diz que nada do que ela disse ao "Fantástico" teria importância. Para ele, a ex-primeira-dama tratou da crise política de 1992 como se fosse um problema doméstico. De revelador mesmo, em sua opinião, só os detalhes dos rituais de magia negra realizados na Casa da Dinda, residência dos Collor em sua passagem pelo Palácio do Planalto. — Novidade, houve. De importante, nenhuma. Ela deu um ângulo doméstico para o problema. Para ela, tudo não passou de uma crise doméstica, por mais dramática que fosse, mas doméstica. Os fatos que ela contou até eram interessantes, mas eram basicamente futricas. Ela não tinha percepção do momento que viveu. Ao longo da Presidência, fomos percebendo isso e vimos que ela não tinha a noção política do papel que poderia ter. Ela não tinha condições nem mesmo de perceber o que se passava — diz Ibsen Pinheiro, atual presidente do PMDB gaúcho, com fina ironia ao se referir a Rosane. Já o presidente do Senado naquele tempo, o hoje deputado federal Mauro Benevides (PMDB-CE), tampouco dá importância a ela. Tanto que nem a ouvirá para a biografia que escreve, onde tratará do afastamento de Collor da Presidência da República, em 1992: — Não vi a entrevista dela ao "Fantástico", mas ouvi falar e não vou ouvi-la porque não quero imprimir um caráter melodramático à história. Ex-governador de Alagoas, Geraldo Bulhões conta que a ex-primeira-dama apenas confirmou o que já era conhecido no meio político. — Isso não é novidade. Sabíamos do envolvimento deles com magia negra, mas nunca tocaram no assunto. Ela nem participava das conversas políticas na Casa da Dinda. Só nos recebia e saía — conta ele.

Fonte: 180graus.com 

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