ESPORTES
MOZART CATÃO UM TERESOPOLITANO GLÓRIA DO ESPORTE NO MUNDO FARIA ONTEM CINQUENTA ANOS TENHO O ORGULHO DE TER SIDO O PRIMEIRO JORNALISTA DE TERESÓPOLIS A ENTREVISTÁ-LO
Mozart Catão, grande montanhista, alpinista e ciclista brasileiro, praticante e recordista mundial, de mountain bike, em descida de montanhas, nascido em nossa querida, Teresópolis, no ano, de 1962, se fosse vivo, teria completado, ontem, dia 14 de junho, 50 (cinqüenta) anos, de idade, se vivo estivesse. Mozart Catão, que era formado em educação física e especialista em administração esportiva, foi o primeiro brasileiro, a alcançar o ponto mais alto do mundo, o Monte Everest, que tem seu cume a 8.848 (oito mil oitocentos e quarenta e oito) metros, acima do nível do mar. Esta façanha de Mozart Catão aconteceu no dia 14 de maio de 1995, juntamente, com seu companheiro de escalada, naquela ocasião, o paranaense, Waldemar Niclevicz.
MOZART CATÃO, MAIS ACIMA NA ESCADA E WALDEMAR NICLEVICZ, MAIS A ABAIXO, SEGURANDO, COM AS DUAS MÃOS, AS CORDAS, EM UM TRECHO DA ESCALADA PARA A GLORIOSA CONQUISTA, DO MONTE EVEREST, O TETO DO MUNDO
O que nem todos sabem é que Mozart Catão, ainda, chegou ao cume, do Monte Everest, à frente, de seu companheiro, esticando sua mão, a Waldemar Niclevicz, para que este, também, com mais impulso, chegasse, ao teto do mundo. Este fato me foi relatado, por Joel Politano Catão, pai do grande, Mozart Catão. Porém, as glórias de Mozart Catão, não se limitaram apenas, a conquista do Monte Everest.
MOZART CATÃO EXIBE A BANDEIRA BRASILEIRA LOGO APÓS ALCANÇAR O PONTO CULMINANTE DO MONTE EVEREST O TETO DO MUNDO
Mozart Catão, também, conseguiu escalar e alcançar, os pontos mais altos, de todos os continentes. Outra coisa, que pouca gente sabe é que Mozart Catão era um espetacular ciclista. Tão bom, que tem o seu nome registrado, no livro dos recordes, o “Guinness Book”, quando em 1993, em mountain bike, Mozart igualou, sozinho, o recorde mundial, de ciclismo, em descida de altitudes, estabelecido, anteriormente, por 03 (três) canadenses. Ressalte-se, que Mozart Catão torna essa sua façanha, embora igual, a dos 03 (três) canadenses, mas sensacional, ainda, pois a sua façanha foi inteiramente, feita individualmente. Infelizmente, Mozart Catão veio a falecer no dia 03 de fevereiro do ano de 1998, numa expedição que ele fazia, ao Monte Aconcágua, na divisa do Chile com a Argentina, vitimado por uma avalanche, juntamente, com outro montanhista e alpinista, também teresopolitano, Alexandre Oliveira. Um terceiro membro, da expedição, que era chefiada, por Mozart Catão, composta por cinco montanhistas, o brasiliense, Othon Leonardos, escapou por pouco da avalanche, pois ficou pendurado por sua corda. Mas, no acidente, Othon Leonardos ficou bastante ferido, já que, a corda que o segurava apertava violentamente, sua perna, dificultando a sua circulação sanguínea. O acidente aconteceu quando eles estavam a aproximadamente 6100 (seis mil e cem) metros, de altura, acima do nível do mar, faltando apenas, cerca de 800 (oitocentos) metros, para que eles atingissem o cume do Monte Aconcágua, que tem 6959 (seis mil novecentos e cinquenta e nove) metros de altura, acima do nível do mar e é o ponto mais alto, da América do Sul e está localizado na Cordilheira dos Andes. Os outros dois membros da expedição, os paranaenses, Dálio Zippin Neto, o "Dalinho" e Ronaldo Franzen Júnior, o "Nativo", haviam ficado no acampamento base a 4100 (quatro mil e cem) metros de altura. No dia da tragédia, pela manhã, Dálio Zippin Neto, ouviu um ruído e logo depois, escutou pelo rádio receptor, Othon Leonardos, desperado pedindo socorro, dizendo que acontecera um acidente e que, Mozart Catão e Alexandre Oliveira tinham sido arrastados por um grande avalanche e que ele, Othon, estava em perigo, já que, estava pendurado pela perna, por sua corda. Então, rapidamente, "Dalinho” e "Nativo”, juntaram o equipamento necessário e foram na direção de Othon, conseguindo salvá-lo. Quanto a Mozart e Alexandre, não havia sinal deles, haviam sido soterrados, pela avalanche. Os corpos de Mozart Catão e de Alexandre Oliveira, os dois montanhistas, teresopolitanos, nunca mais foram encontrados e em algum ponto do Monte Aconcágua, eles repousam em seu último local de descanso. A Mozart Catão e a Alexandre Oliveira existe em Teresópolis, várias homenagens. A Alexandre Oliveira, entre muitas e grandes homenagens, há uma rua com o seu nome, Rua Alexandre Oliveira. A mesma coisa acontece ao grande, Mozart Catão, que entre muitas e grandes homenagens, o pórtico da entrada da cidade de Teresópolis, tem seu nome, por sugestão do Professor Paulo Maia, a época vereador do município. Pórtico Mozart Catão. Estas homenagens, acima mencionadas, a estes dos grandes heróis e grandes desportistas, são apenas duas, de um sem números, que há por toda a cidade, sem contar com as homenagens, que até hoje, são prestadas aos dois, pelos poderes, legislativo, executivo e judiciário, do município de Teresópolis e até mesmo, por diversas firmas, empresas e entidades, públicas ou privadas, além de diversas ONGs e instituições esportivas, principalmente, por clubes de montanhismo, de Teresópolis.
MOZART CATÃO E WALDEMAR NICLEVICZ NO PONTO CULMINANTE DO MONTE EVEREST NO TOPO DO MUNDO
No começo, do ano de 1994, eu escrevia a página de esportes, do Jornal a Tribuna de Teresópolis. Então, certo dia, disse ao nosso diretor, o Renato Langnoni Ferro, que procuraria o Mozart Catão, para entrevistá-lo. Renato riu e disse: “Se você conseguir parabéns, mas, com toda a fama que ele tem eu duvido”. Mozart já era famoso. Então, procurei o Marcio Catão, que todos, aqui em Teresópolis conhecem que era meu amigo e, é meu amigo, até hoje, Márcio era irmão, do Mozart Catão e falei com ele, com o Márcio, sobre a minha intenção de entrevistar, o Mozart Catão, para o jornal, a Tribuna de Teresópolis. O Márcio Catão me disse que procurasse o Mozart Catão para a entrevista e que ele iria me receber muito bem.
MOZART CATÃO, O DE MENOR ESTATURA E DE TERNO BRANCO, AO LADO DE WALDEMAR NICLEVICZ, O MAIS ALTO E DE TERNO MAIS ESCURO, AMBOS, RECEBENDO UMA DAS INÚMERAS HOMENAGENS, QUE A ELES FORAM PRESTADAS, PELA CONQUISTA DO MONTE EVEREST
Um domingo sai bem cedinho e munido de um gravador, bati na casa, do Mozart Catão, que morava na Barra. Mozart, que já tinha o nome, no “Guinness Book”, pelo feito de mountain bike, mas que ainda não havia escalado o Monte Everest, educadamente me recebeu e me mandou entrar e sentar. Conversamos, por uns 05 (cinco) minutos, antes da entrevista e tomamos, acho que um cafezinho, ou um refrigerante, não lembro bem mais o que foi. Lembro-me que antes de começarmos a entrevista, propriamente dita, eu perguntei, ao Mozart Catão, se ele pretendia um dia escalar, o Monte Everest, ele me disse que pretendia fazê-lo, dali a uns 03 (três), ou 04 (quatro), anos.
DA ESQUERDA PARA A DIREITA, RONALDO FRAZZEN JUNIOR, ALEXANDRE OLIVEIRA, MOZART CATÃO, DÁLIO ZIPPIN NETO E OTHON LEONARDOS, OS MEMBROS DA DESASTROSA E FATAL, EXPEDIÇÃO AO MONTE ACONCÁGUA
Então, ele disse que antes de começar a entrevista, queria que eu soubesse de uma coisa e me pediu licença, por alguns instantes e saiu da sala, retornando em pouquíssimo tempo, com duas grandes caixas e algumas fotografias nas mãos. Mozart pegou uma caneta, separou duas ou três fotografias, com suas escaladas, no Brasil e no exterior, em cada uma dela, colocou uma dedicatória e as me deu de presente e eu, prontamente o agradeci, pela gentileza. Depois Mozart Catão, abriu as caixas e começou a me passar várias revistas, todas estrangeiras, todas sobre montanhismo e, em todas elas, revistas suecas, dinamarquesas, espanholas, neozelandesas, norte americanas, italianas, suíças, norueguesas, australianas, alemãs, austríacas, inglesas, finlandesas, holandesas, argentinas e acho que até chilenas e ainda, outras, de diversas nacionalidades, eram muitas, muitas mesmo e ele estava em todas elas, não como o mera figura, mas nas fotos das capas, ou então, nas fotos das páginas centrais, aquelas, que você abre e as duas páginas correspondem a uma só foto. O parabenizei por tanto sucesso. Aí, ele me disse assim: “Eu nasci e fui criado aqui em Teresópolis, sem falsa modéstia, posso dizer que sou mundialmente conhecido. Pergunto a você sabe quantas entrevistas já dei, para a imprensa de minha cidade, da cidade em que nasci? Respondi que não sabia, mas que com certeza, deveriam ter sido muitas. Ele me disse então: “Você é o primeiro jornalista, de Teresópolis, que vai me entrevistar, a imprensa do mundo me reconhece e me dá valor, mas a imprensa, da minha cidade, nunca me deu valor, você, Benigno é o primeiro, a me valorizar, aqui na cidade, onde eu nasci aqui na minha cidade! “Meu muito obrigado, a você Benigno Hermida”. Orgulhoso, disse a ele, que embora sentisse, por ele, não ser reconhecido, pela imprensa da cidade, em que nascemos, pois, também sou teresopolitano, o quanto eu me orgulhava, de ser o primeiro jornalista, de Teresópolis, a entrevistá-lo, ele sorriu e agradeceu e dando um “tapinha”, no braço, de forma carinhosa e leve. Começamos a entrevista!
Texto de Benigno Antonio Hermida Pinheiro Freire, com apoio e montagem de Yuri Barbosa dos Santos Hermida Pinheiro Freire
Texto de Benigno Antonio Hermida Pinheiro Freire, com apoio e montagem de Yuri Barbosa dos Santos Hermida Pinheiro Freire
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