RELATOR PEDE PROCESSO PARA CASSAR DEMÓSTENES
DEMÓSTENES TORRES
O
Conselho de Ética do Senado deu mais um passo no processo de cassação
do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com a apresentação do
parecer do relator, senador Humberto Costa (PT-PE). O relator pediu a
abertura de processo disciplinar contra Demóstenes, que aparece na
operação Monte Carlo, da Polícia Federal, como um dos integrantes da
organização do empresário do jogo Carlos Augusto Ramos, conhecido por
Carlinhos Cachoeira. A reunião no conselho prossegue e o presidente do
colegiado, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), afirmou que dará
início à discussão do parecer ainda nesta quinta-feira, permitindo a
participação da defesa de Demóstenes. Em seu parecer, Costa concluiu haver
indícios de "prática de atos contrários à ética e ao decoro parlamentar
que tornam o senador sujeito à perda de seu mandato". Ele finaliza seu
relatório afirmando que vota "pela admissibilidade da representação,
determinando a imediata instauração" do processo. O pedido de cassação
foi apresentado pelo PSOL em março passado. Só depois de aprovada a instauração do
processo, com a votação e aprovação do parecer de Costa, o conselho
ouvirá Demóstenes e o depoimento de eventuais testemunhas, e o relator
analisará as provas produzidas contra o senador pela Polícia Federal. O
presidente do Conselho de Ética marcou a próxima reunião para
terça-feira, dia 8 de maio, quando será votado o parecer do relator. O senador Demóstenes não compareceu à
reunião do conselho. Ele esteve mais cedo no Senado, registrou presença,
mas viajou para Goiânia, segundo a assessoria do parlamentar. O
advogado do senador, Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido por
Kakay, acompanha a reunião do Conselho. Ele questiona a validade das
provas obtidas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo contra
Demóstenes. "A defesa entende que temos elementos
jurídicos para que o processo não seja aberto, mas é claro que essa é
uma Casa política e temos que respeitar a decisão do Conselho. Nossa
determinação foi no sentido de fazer uma defesa técnica para que, se a
Casa quiser fazer esse embasamento jurídico, é possível não abrir o
processo", afirmou o advogado, quando chegou à reunião. O senador Humberto Costa ainda não recebeu o
material com as gravações de diálogos de Demóstenes com Cachoeira e com
outros integrantes da organização apontada pela PF, enviado pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)
do Cachoeira. "Caso haja abertura do processo disciplinar, sem dúvida
vamos estudar as degravações", disse Costa.
Fonte: Diário do Grande ABC
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