PARLAMENTARES SERÃO VIGIADOS AO CONSULTAR DOCUMENTOS DA CPMI DO CACHOEIRA
RICARDO LEWANDOWSKI
Desde os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI)
dos Correios, em 2005, nenhuma outra comissão investigativa do Congresso
teve cuidado tão rigoroso com a preservação do sigilo de documentos
encaminhados pela Justiça quanto a CPMI do Cachoeira. As medidas incluem
acesso restrito aos integrantes da comissão, que serão monitorados e
gravados nas consultas e não poderão portar celulares ou outros
aparelhos que capturem imagem. Os deputados e senadores integrantes da CPMI poderão consultar os
inquéritos das operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, já
digitalizados, por meio de três terminais de computadores. O trabalho
será realizado numa pequena sala com menos de 10 metros quadrados e os
parlamentares não poderão estar acompanhados por assessores. O presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), destacou em
ofício enviado à Subsecretaria de Apoio às Comissões Especiais e
Parlamentares de Inquérito, encarregada da guarda dos documentos, que as
medidas de segurança obedecem às orientações do ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski. O ofício recomenda que "o
exame das cópias enviadas fique restrito à CPMI, que deverá adotar
rígidas providências para que seu conteúdo não seja indevidamente
divulgado". Além disso, a Polícia do Senado e a Secretaria Especial de Informática
(Prodasen) foram encarregadas por Vital do Rêgo de coordenarem a
implantação das medidas. Ao contrário do que aconteceu na comissão parlamentar de inquérito dos
Correios, os parlamentares não poderão tirar cópias dos documentos
resguardados pelo segredo de Justiça e que descreveriam o funcionamento e
ramificações do suposto esquema de corrupção e exploração de jogos
ilícitos comandado pelo empresário goiano Carlos Augusto Ramos, o
Carlinhos Cachoeira. Ficou decidido também que os integrantes da CPMI do Cachoeira serão
gravados e monitorados enquanto estiverem na sala da Subsecretaria de
Apoio às Comissões Especiais e Parlamentares de Inquérito na qual os
documentos serão consultados. O parlamentar terá à sua disposição, nessa sala, apenas canetas
esferográficas e papel em branco para as anotações que considerar
pertinentes. Ao mesmo tempo, por determinação do presidente da CPMI,
senador Vital do Rêgo, os deputados e senadores terão que deixar aos
cuidados dos servidores encarregados de proteger a sala aparelhos
celulares ou qualquer outro equipamento que disponha de câmara
fotográfica ou filmadora capaz de reproduzir imagens. Outra norma de segurança adotada foi o lacre de todas as entradas do
tipo USB dos computadores. Essas entradas permitiriam a gravação dos
documentos por meio eletrônico, conhecido como pendrive. Os terminais também estarão desconectados da internet.
Fonte: DCI - Diário Comércio Indústria & Serviços
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