O magistrado judicial validou, genericamente, os actos processuais praticados pelas autoridades judiciárias na comarca do Baixo Vouga (Aveiro). O empresário Manuel Godinho, que esteve detido preventivamente durante 16 meses, está sob suspeita de ter agido no centro de um estratagema alegadamente concebido para favorecer duas sociedades em que ele intervém. Ao principal arguido foi deduzida acusação por associação criminosa e presumível prática de vários outros crimes (entre eles, 20 de corrupção activa, 14 de burla e três de furto). A Armando Vara, ex-ministro e outrora secretário de Estado (PS), é imputada a autoria de três crimes de tráfico de influência, acusação idêntica à deduzida a Fernando Lopes Barreira. Vara, de cujo núcleo de amigos José Sócrates faz parte, foi gestor da Caixa Geral de Depósitos e do Millennium / BCP. Sobre Lopes Barreira, que colaborou com o então secretário de Estado Armando Vara para criação da Fundação para a Prevenção e Segurança, recai a suspeita de ter diligenciado junto dos outrora governantes Mário Lino e Ana Paula Vitorino no sentido da destituição de Luís Pardal da presidência da empresa Refer. Paulo Penedos, advogado, ex-dirigente do PS/Coimbra, foi pronunciado pelo alegado cometimento de um crime de tráfico de influência, estando sob suspeita de ter instado o pai – José Penedos, outrora presidente da REN - Redes Energéticas Nacionais – no sentido de ele facilitar a celebração de negócios com o sucateiro Manuel Godinho. A imputação a Paulo Penedos ocorreu ao abrigo do seu relacionamento profissional com Manuel Godinho. Acusado de eventual autoria de um crime de corrupção passiva para acto ilícito, de outro de corrupção activa para acto lícito e de dois de participação económica em negócio, José Penedos (ex-secretário de Estado) está sob suspeita de ter agido em conluio com o filho a fim de a REN favorecer o sucateiro. A Domingos Paiva Nunes, ex-administrador da EDP/Imobiliário, cuja defesa é assegurada pelo advogado de Coimbra Alfredo Castanheira Neves, são imputados três crimes: corrupção passiva para acto ilícito, participação económica em negócio e, em co-autoria, corrupção activa no sector privado. Além de Armando Vara, Paulo Penedos, Manuel Godinho, Fernando Lopes Barreira, Paiva Nunes e José Penedos, foram acusados, pelo MP, mais perto de 30 arguidos (entre eles duas empresas), os quais continuam a desfrutar da presunção de inocência.O juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal, Carlos Alexandre, decidiu, hoje, submeter a julgamento mais de 30 arguidos acusados, pelo Ministério Público (MP), no âmbito do caso “Face oculta”, cujo principal réu é o sucateiro Manuel Godinho.
Fonte: Campeão das Províncias
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