quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

 
Hu Jintao

 Após reunião com Obama, presidente chinês enfrenta parlamentares

O presidente chinês, Hu Jintao, visita nesta quinta-feira o Congresso dos Estados Unidos, no terceiro dos quatro dias de viagem oficial ao país. Durante o encontro com parlamentares americanos, Hu deve ouvir críticas à política cambial e de direitos humanos na China. Desde 2005 parlamentares americanos ameaçam criar leis que puniriam os produtos chineses com impostos para compensar políticas cambiais que, segundo os críticos, mantêm as exportações da China artificialmente baratas.  O anúncio da visita oficial de Hu aos EUA levou 84 parlamentares a escrever a Obama, pedindo que o presidente dissesse ao líder chinês que a "paciência da América está perto de um fim e que nós não podemos nos dar ao luxo de tolerar o descaso da China às promessas feitas para juntar-se à Organização Mundial do Comércio, em 2001." Na quarta-feira, Hu teve uma reunião com o presidente Barack Obama. Durante o encontro de oito horas, os líderes tentaram focar em interesses comuns aos dois países, mas reconheceram diferenças importantes. Os dois presidentes prometeram cooperar para resolver a disputa a respeito da moeda chinesa. O déficit na balança comercial com a China preocupa os americanos. Os Estados Unidos importam US$ 344,1 bilhões da China, e exportam somente US$ 81,8 bilhões. Obama disse também que a “relação positiva, construtiva e de cooperação” entre os dois países é boa para os EUA, para a China e para o mundo. “Com nossos parceiros no G20, nós passamos da beira de uma catástrofe para o início da recuperação da economia global. Com nossos parceiros no Conselho de Segurança (da ONU), nós aprovamos e implementamos as sanções mais fortes contra o programa nuclear do Irã até hoje”, disse Obama, em uma coletiva de imprensa conjunta com Hu. Obama também pressionou a China na questão de direitos humanos. No discurso, Obama disse que quando se tratam de diferenças entre EUA e China em relação a direitos humanos, ele tem sido “franco com o presidente Hu” e as desavenças acabam sendo "motivo de tensão”. As diferenças, no entanto, não ofuscariam a busca por melhores relações em determinadas áreas, garantiu Obama. Pressionado a replicar a observação de Obama, Hu disse reconhecer pontos de vistas diferentes entre os países, mas preferiu se ater ao discurso usual de que outros países não deveriam interferir nos assuntos domésticos da China. Apesar de admitir que “muito ainda precisa ser feito”, Hu disse que a China fez “enormes progressos reconhecidos no mundo” em relação aos direitos humanos. O líder chinês disse ainda que a China pretende continuar a manter discussões sobre direitos humanos com base no respeito mútuo e na não-interferência em seus assuntos internos. Segundo um funcionário da Casa Branca, que pediu anonimato, Obama teria conversado com Hu também sobre o dissidente chinês Liu Xiaobo, Prêmio Nobel da Paz que está detido na China. O líder americano pediu em várias ocasiões às autoridades chinesas que libertem Liu, que conquistou em 2010 o Prêmio Nobel da Paz. O tema, no entanto, não foi mencionado na coletiva feita pelos líderes nesta quarta-feira. A visita de Hu aos Estados Unidos tem sido considerada por analistas a mais importante de um líder chinês desde 1979, quando as relações diplomáticas entre os dois países foram normalizadas.

Fonte: Último Segundo, Agência Reuters, BBC e AFP

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