segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Laurent Gbagdo

UE sanciona Ggagbo, aumentando seu isolamento

O isolamento de Laurent Gbagdo, um dos dois presidentes proclamados da Costa do Marfim, aumentou ainda mais nesta segunda-feira com a imposição de sanções por parte da União Europeia (UE), no dia seguinte a acusações de corrupção "em massa" feitas pela ONU contra seu partido. Choi Young-Jin, o chefe do Onuci, a Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim, igualmente denunciou nesta segunda-feira a disseminação de "atos hostis" cometidos desde o dia 15 de dezembro "pelo presidente Gbagbo contra a comunidade internacional, incluindo o corpo diplomático". Ele afirmou que, desde sábado, a aliança de Gbagbo teria "começado a enviar jovens armados às residências de funcionários das Nações Unidas para (...) perguntar a data de partida deles ou (...) para fazer buscas, sob o pretexto de procurar armas". "Essas visitas ocorreram, sobretudo, à noite", precisou Choi. Em Bruxelas, a UE decidiu durante uma reunião de especialistas punir Gbagbo e 18 de seus aliados, incluindo sua esposa, proibindo-os de viajar pelo território. A decisão deve ser confirmada por escrito até quarta-feira pelos Estados membros da UE para, assim, entrar em vigor. Através da voz do presidente Nicolas Sarkozy, a França, antiga potência colonial na Costa do Marfim, lançou na sexta-feira passada um ultimato a Gbagbo, convidando-o a deixar o poder até ontem à noite sob pena de ser bombardeado com sanções. No término do segundo turno da eleição presidencial do dia 28 de novembro, Alassane Ouattara foi designado vencedor com 54,10% dos votos pela Comissão Eleitoral Independente, mas o Conselho Constitucional, favorável a Laurent Gbagbo, invalidou esses resultados certificados pela ONU e proclamou a reeleição de Gbagbo. A decisão das sanções da UE ocorre no dia seguinte às acusações feitas pela Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay. De acordo com ela, violências contra partidários de Alassane Ouattara fizeram nestes "três últimos dias mais de 50 mortos". Ela denunciou ainda "violações em massa dos Direitos Humanos", mencionando em particular sequestros cometidos à noite por "indivíduos armados não identificados com uniformes militares", acompanhados de soldados e milicianos fiéis a Laurent Gbagbo. O ministro do Interior de Gbagbo, Emile Guiriéoulou, rejeitou essas últimas acusações, falando de um "relatório partidário". "As violências destes últimos dias fizeram quase 14 mortos por tiros nas fileiras das Forças de Defesa e de Segurança (FDS)" aliadas a Gbagbo, afirmou ele à AFP. A ex-rebelião das Forças Novas (FN) pede, por sua vez, à ONU que "endureça" a ação de suas forças na Costa do Marfim, ante os atos de violência contra a população marfiniense. "Nós queremos que a ONU e a comunidade internacional ultrapassem as condenações e declarações para agir de maneira verdadeira no território e salvar o povo da Costa do Marfim", declarou o porta-voz das FN em Bouaké, Félicien Sékongo, no fim de uma entrevista com os dirigentes militares do destacamento da Onuci. O Conselho de Segurança da ONU deve se reunir nesta segunda-feira para estudar a prolongação de sua missão na Costa do Marfim para além do dia 31 de dezembro.

Fonte: AFP

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