quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

 
Izabella Teixeira

 

Ministra brasileira otimista com Cancún

Pelo que acompanho, ainda que a distância, não veja mudanças no andamento morno, arrastado e sem promessa de resultados – pelo menos aparentemente – da COP-16, a conferência de clima promovida pelas Nações Unidas em Cancún (México). Mas, tomara que esteja certa a ministra nossa Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que diz estar otimista em relação às negociações no encontro, finalmente iniciadas nessa 3ª feira. “Tenho (aqui) a mesma sensação que tinha durante o processo de Nagoya, e tivemos resultados”, lembrou. A ministra, chefe da delegação brasileira, refere-se à negociação sobre biodiversidade desenvolvida nessa cidade japonesa em outubro, quando surpreendentemente foi aprovado um pacote de medidas para frear a destruição da variedade de espécies, incluindo um protocolo internacional de regras sobre o uso de recursos genéticos. “Hoje estou otimista. Acredito que possamos chegar a novos arranjos. Mas há desafios, claro, do contrário a presidência não  nos teria chamado”, justificou Izabella. A presidência da COP-16 é exercida pela chanceler mexicana Patricia Espinosa. A ministra mexicana pediu a Izabella que Brasil e Reino Unido discutam com os outros países mecanismos de superação do impasse em relação a um prolongamento do Protocolo de Kyoto. Ela pediu a outros participantes – dentre os quais Suécia, Granada, Espanha e Argélia – que busquem soluções para outros gargalos da conferência.Já o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deu o norte aos negociadores do clima em Cancún: orientou no sentido de que as discussões concentrem-se na proridade à proteção das florestas, adaptação às mudanças climáticas nos países pobres, transferência de tecnologias, financiamento dos programas pelos países desenvolvidos e numa decisão a respeito do Protocolo de Kyoto.O ponto mais embaraçoso da COP-16 é a discussão sobre a continuidade do protocolo. Aprovado em 1997, o tratado é o único instrumento legalmente vinculante (de cumprimento obrigatório), em que países desenvolvidos se comprometem a reduzir suas emissões de gases causadores de efeito estufa. Mas, muitos destes não o subscreveram.Como o Protocolo de Kyoto expira em 2012 e não há, ainda, um acordo para substituí-lo, discute-se que seja prorrogado – e a proposta enfrenta grandes resistências dos ricos – para que não haja um período sem acordo algum.

Fonte: Correio do Brasil - José Dirceu

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