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Sabine Leutheusser-Schnarrenberg

Holanda quer extraditação de criminoso nazista radicado na Alemanha

A Holanda vai usar um novo procedimento legal para buscar a extradição da Alemanha de um holandês de 88 anos que fugiu da prisão em 1952. Ex-soldado da SS, ele havia sido detido por matar prisioneiros judeus em um campo nazista.  A ordem para que Klaas Carel Faber seja levado para a Holanda foi evitada até agora por uma lei alemã que impede a extradição de cidadãos do país por crimes de guerra. Mas a própria Alemanha, em março deste ano, sentenciou à prisão perpétua o ex-nazista holandês Heinrich Broere.  Uma equipe especial da promotoria holandesa, a TES, que busca implementar sentenças judiciais mais antigas, anunciou nesta quinta-feira que emitiu um Mandado Europeu de Prisão contra Faber. Esse mandado está acima de normas nacionais e, segundo argumentam os promotores, pode permitir que a Alemanha entregue Faber à Holanda para ser julgado.  A ministra da Justiça alemã, Sabine Leutheusser-Schnarrenberg, disse a um jornal alemão em setembro que receberia bem uma nova tentativa da Holanda de fazer Faber cumprir sua sentença. Israel também pediu à Alemanha que entregue o ex-soldado à Holanda.  Ele foi sentenciado à morte em 1947 pelo assassinato de pelo menos 11 pessoas no campo de Westerbork, na Holanda, um campo de transição para judeus holandeses a caminho dos campos de concentração de Alemanha, Polônia e Ucrânia.  Seu irmão, Pieter Johan, foi executado por um pelotão de fuzilamento, a sentença de Faber foi comutada para prisão perpétua. Ele fugiu para a Alemanha em 1952, com vários outros prisioneiros.  As tentativas de extraditá-lo para a Holanda feitas até agora fracassaram porque, pelo fato de pertencer à SS, Faber também tinha obtido a nacionalidade alemã.  Em 1957 uma corte alemã decidiu que não tinha provas suficientes para julgar Faber. De acordo com jornais, ele vive na cidade de Ingolstadt, na Baviera.

Fonte: O Globo