Robson Andrade
Novo presidente da CNI quer recurso externo sob quarentena
O novo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, defendeu hoje três medidas para conter a valorização do real: o direcionamento de parte das aplicações de estrangeiros para as exportações brasileiras, o retorno do Imposto de Renda (IR) e a quarentena. "A questão cambial é séria e imediata e não tem solução única", disse Andrade, em entrevista antes da posse que acontece hoje à noite, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O empresário mineiro, dono da Ortemg, empresa do ramo de equipamentos para distribuição de energia elétrica, sustenta que a valorização do câmbio faz a indústria brasileira perder competitividade, ao encarecer as exportações e baratear as importações. Ele elogiou a tributação com 6% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre aplicações externas em renda fixa e diz que o governo pode ampliar e voltar a tributar tais investimentos com IR. Além disso, acredita que a fixação de prazos mínimos para o dinheiro do estrangeiro ficar no país é uma boa ideia. "O Chile fez quarentena por décadas e foi bem-sucedido", comentou. Outra medida seria direcionar parte dos investimentos externos para a produção exportadora, disse Andrade, citando exemplo de controle adotado pela Coreia e pela China. "Os investimentos externos são bem-vindos, mas não apenas para aproveitar o crescimento do nosso mercado interno. Mas também para ajudar a ampliar a competitividade do produto brasileiro. Não podemos submeter nossa indústria a uma concorrência predatória", disse ele. Depois, ao responder sobre a concorrência com produtos chineses, Andrade disse que investimentos da China no Brasil "devem ser voltados para o desenvolvimento do Brasil, e não para o desenvolvimento da China. Porque é assim que a China faz: controla os investimentos de estrangeiros em seu país." O presidente da CNI defendeu parceria com empresários chineses, com regras e estratégia para que não venham plantar soja, exportem para a China e depois vendam o óleo de soja mais barato dentro do Brasil, exemplificou ele. "A gente quer uma coisa imediata, que aconteça logo", concluiu Andrade, incluindo a questão cambial na extensa - e conhecida - agenda com medidas de curto, médio e longo prazos da indústria nacional, como a reforma tributária e a redução de gastos do governo.Fonte: O Globo - Azelma Rodrigues
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