Guido Mantega
Mantega critica pacote dos Estados Unidos
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira que a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de injetar US$ 600 bilhões na economia do país para recuperar a atividade é uma medida de resultado duvidoso. Ele afirmou que os Estados Unidos já têm hoje taxas de juros baixas e crédito suficiente. O problema é que esses recursos não estão indo para a produção, os consumidores não estão tomando empréstimos e os investidores não estão atuando no mercado. - Esse excesso de crédito acaba desvalorizando a moeda americana. O único resultado que tem é você desvalorizar o dólar para que os Estados Unidos tenham maior competitividade no mercado internacional. Tanto que hoje estamos com déficit comercial com os EUA - disse Mantega. O ministro disse que reclamará da decisão na reunião de líderes do G-20, que será realizada na semana que vem: - Todo mundo quer que a economia americana se recupere. Porém, não adianta ficar jogando dólar de helicóptero na economia porque isso não faria brotar o crescimento. É preciso combinar uma política monetária expansiva. Eu não sou contra aumentar crédito e reduzir taxa de juro. Mas o consumidor americano ainda está preso nas dívidas do subprime. O governo teria que tomar medidas para gerar emprego, porque está faltando emprego lá. Mantega alertou para o risco de os americanos estarem contribuindo para a criação de bolha no mercado por excesso de liquidez. Ele explicou que a sobra de dólares do mercado nos Estados Unidos acaba sendo direcionada ao Brasil e desequilibrando ainda mais o mercado de câmbio. - Essa política de ficar jogando dinheiro pelo avião só vai servir para desvalorizar o câmbio e poderá chegar, no futuro, uma bolha - disse ele, acrescentando: - Vamos insistir (na reunião do G-20) para que os Estados Unidos modifiquem essa política e tenham outra alternativa . Mantega reforçou a postura do Brasil de que as economias desenvolvidas, que ainda não se recuperaram da crise, não podem se recuperar provocando desequilíbrios nos países emergentes. E disse que o governo brasileiro tem que tentar mudar o quadro defendendo um acordo internacional sobre o tema: - As economias avançadas não podem se recuperar às custas dos nossos mercados. Os países emergentes estão colaborando, estimulando o mercado interno, inclusive a China, a Índia e o Brasil. Os outros também precisam fazer isso. Não é só com política monetária que se resolve o problema. Segundo Mantega, a atitude americana atrapalha todo o mercado internacional: - A moeda americana é a mais importante do mercado internacional e regula as relações internacionais. Quando essa moeda se desvaloriza, ela valoriza o euro, atrapalha os países europeus, atrapalha os países latino americanos, atrapalha o Brasil e própria China, que reage a faz a mesma coisa, desvalorizando sua moeda.
Fonte: O Globo
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