Guido Mantega
Guido Mantega
Crescem expectativas sobre permanência de Mantega na Fazenda
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, cancelou viagem marcada para São Paulo nesta quinta-feira após passar a manhã reunido com a presidente eleita Dilma Rousseff, reforçando expectativa de que sua permanência no cargo no próximo governo seja confirmada em breve. Notícia publicada no jornal Folha de S.Paulo afirma que Dilma iria convidar Mantega na noite de quarta-feira a permanecer na Fazenda em seu governo. No fim de semana, uma fonte próxima à presidente eleita já havia afirmado à Reuters que a permanência de Mantega estaria praticamente definida. Uma alta fonte do PT lembrou que a escolha do ministro da Fazenda não passa pelo crivo de partidos políticos e pode ser anunciada antes das demais pastas, previstas para até 15 de dezembro. "Ela pode antecipar", disse a fonte à Reuters, acrescentando que a escolha de Mantega teria sido acertada entre Dilma e Lula em jantar realizado anteontem no Palácio do Alvorada. O discurso oficial, porém, ainda é de silêncio. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, e o deputado José Eduardo Cardozo, ambos da equipe de transição de Dilma, disseram não ter informações sobre o convite a Mantega. E a assessoria de imprensa do ministério afirmou que não se manifestaria sobre o assunto. Mantega chegou ao prédio da Fazenda após a reunião com Dilma pela garagem, evitando os jornalistas que o aguardavam na portaria principal. Em São Paulo, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse achar "excelente" a eventual permanência de Mantega na Fazenda, apesar de argumentar que Dilma "deveria renovar o máximo possível" o ministério. Os mercados de ações e câmbio operavam nesta quinta-feira mais ligados à conjuntura internacional do que às notícias locais, como a possível manutenção de Mantega no cargo. Para André Perfeito, economista da Gradual Investimentos, a permanência de Mantega seria positiva na medida em que ele "faz parte de uma equipe que construiu uma solidez macroeconômica brasileira", mas também traz preocupações. "Ao insistir no câmbio, ele traz dúvidas e constrangimentos na condução da política monetária, estou receoso com isso." Às 15h35, o Ibovespa tinha alta de 1,5 por cento, em meio a expectativas de resolução da crise irlandesa, enquanto o dólar caía 0,70 por cento, acompanhando o maior apetite por riscos no mercado internacional.
Fonte: O Globo - Por Isabel Versiani
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