Nicolas Sarkozy
Senado da França dá aprovação final à reforma da Previdência
O Senado da França ratificou nesta terça-feira o texto final da polêmica reforma da previdência no país, que prevê a elevação da idade mínima para a aposentadoria de 60 para 62 anos. A proposta já havia sido aprovada pelos senadores na semana passada, mas desde então representantes do Senado e da Câmara baixa do Parlamento vinham discutindo mudanças no texto, procurando harmonizar as versões aprovadas nas duas casas. A nova aprovação do projeto pelos senadores por 177 votos a favor contra 151 abre caminho, agora, para a votação final na Câmara baixa do Parlamento, que deve ocorrer nesta quarta-feira. Caso seja então aprovada, como se espera, a proposta segue para sanção do presidente Nicolas Sarkozy. A votação no senado ocorreu a dois dias de mais uma greve geral convocada pelos sindicatos franceses contra a reforma, mas em meio a sinais de que a mobilização nacional contra a mudança está perdendo força. Nesta terça-feira estudantes voltaram a organizar protestos em várias cidades francesas, incluindo Paris e Toulouse, mas o comparecimento de manifestantes pareceu ser menor do que em eventos anteriores. Os coletores de lixo da cidade de Marselha encerraram a greve de duas semanas nesta terça-feira e já iniciaram uma grande operação para retirar mais de 10 mil toneladas de lixo das ruas da cidade. Do total das 12 refinarias de petróleo francesas, cinco já decidiram voltar ao trabalho, de acordo com o ministro do Interior, Brice Hortefeux. "Isto significa que o retorno à normalidade é gradual, porém estável", afirmou. O governo informou na segunda-feira que os grevistas e piquetes foram retirados de todos os 200 reservatórios de combustíveis da França, que voltaram a funcionar normalmente e já estão abastecendo os postos do país. Outro sinal de que a mobilização está perdendo força foi dado por uma pesquisa que revelou que 59% dos franceses são contra o bloqueio de estradas, refinarias ou reservatórios. Os líderes sindicalistas afirmam, no entanto, que o movimento continua. O líder do sindicato CFDT, François Chereque, disse que o movimento entrou em uma "nova fase, mas uma nova fase não significa que tudo está acabado". Bernard Thibault, chefe de um dos principais sindicatos franceses, a CGT, afirmou que a campanha não tinha terminado, mas está assumindo "novas formas". "O debate parlamentar chegará ao fim e vamos olhar para isso de uma outra perspectiva, obviamente", disse. "Não estamos questionando a legitimidade do Parlamento... mas uma lei sempre pode ser aperfeiçoada", afirmou. Além da greve geral de quinta-feira, 28 de outubro, os sindicatos da França já convocaram outra para o 6 de novembro, caso Sarkozy não retire a lei de reforma da Previdência ou inicie negociações. De acordo com o correspondente da BBC em Paris Christian Fraser, Sarkozy espera que a votação desta quarta-feira na Câmara baixa, que coincide com férias escolares de dez dias, enfraqueça mais os protestos e greves. O presidente afirma que a reforma da Previdência é necessária, pois o país tem uma população cada vez mais idosa e um grande déficit orçamentário. Em meio às manifestações contra a mudança, a taxa de aprovação do presidente caiu a um nível recorde, 29%, segundo uma pesquisa de opinião pública divulgada no domingo.
Fonte: Estadão
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