Mahmoud Ahmadinejad
Xiitas do Líbano recebem presidente do Irã como herói
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, usou a primeira visita oficial de um presidente do Irã ao Líbano, nesta quarta-feira, para garantir ao governo libanês que eles terão o apoio do Irã no que classificou como um confronto contra as hostilidades de Israel. Ahmadinejad recebeu uma exaltada recepção de milhares de xiitas libaneses. O trajeto estava adornado com bandeiras iranianas, cartazes, balões e fotos de Ahmadinejad, do líder máximo do regime islâmico do Irã, Ali Khamenei, e do falecido aiatolá Ruhollah Khomeini, fundador da República Islâmica. Em uma mensagem aparentemente destinada a aliviar meses de tensão entre políticos pró-Ocidente e o Hezbollah, grupo xiita aliado do Irã, Ahmadinejad disse que seu país apoia um Líbano forte e unificado. "A nação iraniana ficará sempre ao lado da nação libanesa e nunca a abandonará... Nós vamos certamente ajudar a nação libanesa contra animosidades, principalmente lançadas pelo regime sionista (Israel)", disse ele. Os EUA, que tentam isolar o Irã por causa do seu programa nuclear, veem com desagrado a viagem de Ahmadinejad, pois consideram que o apoio do Irã a militantes do grupo xiita libanês Hezbollah afeta a soberania libanesa. A visita causou alarme também entre políticos libaneses pró-Ocidente, que, a exemplo do Hezbollah, participam do frágil governo de unidade nacional. O gabinete já enfrenta divisões por causa de uma investigação internacional a respeito do assassinato do ex-premiê Rafik Hariri, que deve levar ao indiciamento de membros do Hezbollah. Hariri, pai do atual premiê, Saad Hariri, foi morto em 2005. A bancada parlamentar leal a Saad Hariri criticou Ahmadinejad por tratar o Líbano como "uma base iraniana no Mediterrâneo". Já os xiitas do Líbano sentem gratidão pelo apoio do Irã ao Hezbollah, que em 2006 travou uma guerra de 34 dias contra Israel, e também pela ajuda do governo iraniano à reconstrução do país. Mas Ahmadinejad não mencionou o Hezbollah em seus comentários no palácio presidencial e, em vez disso, enfatizou o apoio do Irã ao Líbano como um todo. "Nós apoiamos um Líbano forte e unificado. Nós sempre apoiaremos o governo libanês e sua nação", disse Ahmadinejad, ao lado do presidente Suleiman, um cristão maronita. Ahmadinejad, que certa vez propôs apagar Israel do mapa, deve visitar na quinta-feira cidades libanesas próximas da fronteira com Israel, que foram duramente bombardeadas no conflito de 2006. Fontes próximas ao Hezbollah dizem ter gastado cerca de 1 milhão de dólares em dinheiro iraniano para ajuda e reconstrução do país desde 2006. O Ocidente acusa o governo iraniano de fornecer armas para o Hezbollah, que diz ter um arsenal de mais de 30 mil foguetes. O Irã nega o tráfico de armas para o grupo xiita. O governo iraniano também oferece ajuda ao Líbano para a melhoria das redes elétrica e de água, além de ter decidido prestar auxílio militar ao país - algo que os EUA deixaram de fazer em agosto, por causa de objeções no Congresso. Ahmadinejad se reúne nesta quarta-feira com o sunita Hariri e com o presidente do Parlamento, o xiita Nabih Berri. Ele também deve participar de um comício na zona sul de Beirute, evento no qual o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, deve discursar por vídeo.
Fonte: O Globo e Agência Reuters
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